sexta-feira, setembro 28, 2007

Nota: como creio que os meus leitores habituais se aperceberam estou numa fase nova da minha vida.
Uma fase de esperança.
Estou decidida a tentar afastar as tristezas, decidida a respirar melhor, decidida a deixar entrar o ar, decidida a dar a mão ao meu príncipe e com alguma sorte e muito empenho dos dois quem sabe partir para longe para alcançar o nosso sonho partilhado.
Temos muito amor e muita vontade, o resto temos esperança que vá surgindo, não temos pressa, a vida inteira está nossa frente e os caminhos são para ser caminhados.
Apesar desta fase boa continuo a ser alguém que escreve e ama a escrita, por isso continuarei a escrever e a postar aqui excertos desta história a que chamei “Começar de novo”, na qual, aparentemente, a linguagem é mais dramática e bem menos esperançosa.
Mas escrever é isto.
E eu bem ou mal escrevo e quero continuar a escrever.
Começar de novo
Transtorno Dissociativo de Identidade


Puta!
Puta!
Puta! Gritava Ana baixinho.
Olhava fixamente o televisor e repetia.
Puta!
És uma puta!
Tu e todas as outras iguais a ti.
O que é que tu sabes disso minha cabra?
Perguntava em fúria, engasgando-se na voz do pensamento.
Afogando-se em mares de lágrimas engolidas a seco.
Sufocando em prantos de choros no fundo dos interiores.
No rosto, um sorriso.
Vazio.
Morto.
Sem expressão mas um sorriso.
Quem disse que um sorriso tem de sorrir?
O sorriso de Ana era um sorriso que não tinha sorriso.
Era sorriso indecifrável mesmo para os mais atentos.
Mas quem esteve alguma vez atento?
Quem está atento?
Quem está atento à Ana?
Quem a olha?
Quem a vê?
Quem a ouve?
Quem a escuta?
Quem a toca?
Quem a sente?
No ecrã uma senhora de aspecto saudável acompanhada de uma frieza bem disposta falava sobre Ana, sobre ela sobre outras como ela.
Ana sabia como chamavam àquele tipo de frieza: chamavam-lhe profissionalismo.
Puta, profissional!
És mais puta que eu.
Não fazes ideia do que falas.
Não saberás nunca.
A voz no televisor falava assim:
Na vida real, a chamada dupla personalidade assume a designação médica de Transtorno Dissociativo de Identidade.
A característica essencial do problema é a presença de duas ou mais identidades, que assumem o controle do comportamento alternadamente.
Actualmente não existe o diagnóstico de múltiplas personalidades na psiquiatria.
Não me digas oh idiota! Pensou Ana espumando de raiva.
Fantástico!
Sublime!
Éna pá, grande avanço, mudaram-lhe o nome. Não caibo em mim de contente!
TDI é a abreviatura não?
Que maravilha!
Se eu tivesse sido violada hoje e não há tantos anos atrás podia ter dito ao monstro:
Olha lá meu animal, vê lá não me faças isso que posso ficar a sofrer de Transtorno Dissociativo de Identidade!
Tenho a certeza que o palavrão o teria assustado, delicadamente tirava o pau duro de dentro de mim, guardava-o cuidadosamente dentro das calças sebentas, fechava a braguilha com pudor e ainda dizia-me educadamente:
- Oh menina desculpe, eu não fazia ideia que lhe podia causar um transtorno dessa ordem.
Eu até ia usar e abusar da menina até a rasgar de dentro para fora e de fora para dentro e lhe provocar uma autêntica sangria de entranhas, alma e coração até o sangue acabar por lhe escorrer entre as pernas por não caber mais dentro da menina. Mas por amor de Deus, jamais poderia voltar a olhar para mim próprio se lhe causasse um Transtorno Dissociativo de Identidade.
Não, isso eu nunca seria capaz!
Nunca, menina!
Nunca, nunca!
Eu não sou nenhum monstro.
Isto era o que diria o monstro se ouvisse o novo palavrão que tu e os outros como tu inventaram minha puta. Grita Ana em silêncio com a sua boca imaginariamente colada à boca que mexe no ecrã.
Ana já só vê a boca.
A boca agora ocupa toda a imagem do televisor.
A senhora continua a falar baixo pausadamente, profissionalmente, admitamos, ignorando os insultos que Ana lhe atira como pedregulhos de dor seca e endurecida pelo tempo.
Ana escuta a voz daquela enorme boca como se esta lhe berrasse tão alto como Ana lhe berra a ela.
Ainda assim, inclina-se ameaçadoramente para a frente como que para ouvir melhor.
Parece-lhe que na sala tudo se inclina com ela.
Tudo na sala se concentrou naquela voz.
A mesa, as cadeiras, o cadeirão grande, a estante cheia de livros, tudo se inclinou e parece magicamente equilibrar-se apenas nas pernas da frente, para ouvir melhor. Até os livros parecem misteriosamente manter-se colados à estante.
Tudo na sala está atento.
Tudo menos ele.
O marido de Ana.
Está sentado no sofá pequeno, tem a cabeça caída para traz, boca aberta, baba a cair pelos cantos e emite um ruído semelhante a um assobio.
Ana e a sua sala ignoram-no.
Uma vez por outra o assobio aumenta de volume.
Nessas alturas Ana aperta com força a almofada que tem no colo e pensa em como era fácil fazer parar o assobio se comprimisse a almofada com força e determinação contra o seu focinho de porco.
Não o faz.
A Ana, outra Ana, outra Ana mais ponderada, avisa-a que ainda não está na altura.
Ana aceita.
Acaricia a almofada com os longos dedos aparentemente calmos.
A almofada encarnada, fiel, obediente, nervosa, já tinha, qual cão, assumido posição de ataque ansiosa por satisfazer a vontade da dona.
Deixa. Fica para outro dia. O dia chegará. Havemos de matar o porco. Promete-lhe Ana.
A almofada encarnada, deita a cabeça no colo da dona de novo, deixa-se sossegar e facilmente esquece o assunto suspirando de prazer com as carícias daqueles dedos longos.
Os mesmos que um dia a levaram para casa e aos quais há-de ser fiel enquanto for.
As orelhitas encarnadas apontam também para o televisor.
Nunca se sabe.
A dona está atenta ao que aquela voz diz.
Está a chamar-lhe nomes feios.
Poderá ser necessário agir.
Tem de estar preparada para ser atirada com força contra aquela senhora com ar de falsa simpatia que todos na sala escutam tão atentamente.
Todos menos ele claro.
O porco.
O porco que há-de morrer um dia.
A voz na televisão continua dissertando sobre o mesmo tema:
As identidades contrastam entre si. Há sempre uma mais hostil, participativa e controladora em contraponto com a principal, digamos assim. Podem existir também as identidades que emergem em situações específicas, muitas vezes diferentes em idade ou género, vocabulário.
Ana ri à gargalhada.
És tão espertinha não és, oh doutora?
Olha, aqui a mais hostil sou eu, a mais controladora sou eu, e sabes que mais sou eu a principal.
E agora?
Explica lá, oh minha idiota!
Sempre, sempre, sempre!
Mania que vocês têm que sabem tudo.
Não sabem nada!
Nada!
A menos que venhas com uma daquelas verdades de La Palice de que a excepção confirma a regra.
Ana continua a rir.
Pois é aqui a cabra é a principal.
Eu.
E tu és uma puta que merecias que te acontecesse o que me aconteceu a mim.
Assim não falavas com tantas certezas, tantos sempres e tantos nomes pomposos de uma coisa que não fazes ideia nenhuma do que é.
A transição de uma personalidade para a outra dá-se geralmente de forma súbita e dramática e alguns indivíduos podem manifestar sintomas pseudo convulsivos nesse processo. Existem casos em que as identidades se conhecem e outros em que isso não acontece. Elas podem-se comunicar por vozes, que o paciente escuta, criticando-se umas às outras e entrando em conflito. Algumas vezes, uma ou mais identidades agressivas interrompem actividades para colocar outras em situações incómodas.
Incómoda és tu, minha puta. Berra Ana já levantada colada à televisão.
Ana grita e desta vez os gritos têm som.
Os olhos parecem sair-lhe das orbitas e as veias das têmporas dilatam e palpitam parecendo prestes a rebentar a qualquer momento.
Elas salvaram-me idiota!
As minhas Anas, salvaram-me.
Coisa que tu e os da tua laia não conseguiram fazer.
Nenhuma de nós incomoda as outras.
Nós ajudamo-nos.
Tu é que nos incomodas, Puta.
Tu e este porco aqui ao lado no sofá.
E sabes quem incomodou mais ainda: O MONSTRO!
Que nome pomposo arranjaram vocês para o mostro?
Espera já sei, Transtorno Compulsivo à Actividade Sexual não Consentida.
Boa?
Monstro violador não é bonito.
É linguagem pouco técnica não é?
Se um desses monstros transtornados te tivesse feito o que me fez a mim queria ver como lhe chamavas!
O tratamento baseia-se em medicamentos e terapia, com foco na resolução do trauma original.
As dificuldades de diagnóstico comprometem também o estudo sobre o transtorno. A hipnose é muito utilizada durante o tratamento, mas ainda não há um método definido. O processo de “desvencilhamento” das personalidades costuma durar cerca de cinco anos.
Não tenho cinco anos!
Eu não tenho cinco anos!
Eu não aguento 5 anos mais disto, puta! Gritou Ana.
Gritou tão alto que o marido levantou a cabeça do sofá, abriu os olhos e olhou-a.
Ana estava de pé em frente à televisão, com um braço erguido no ar segurando uma almofada encarnada.
Confuso, mole e ensonado perguntou-lhe:
Que fazes ai Ana?
Nada. Respondeu.
Voltou para o sofá, sorriu-lhe.
Vá, volta a dormir. Dormias que parecias um anjo.
Ele deu-lhe uma palmada na perna e voltou a fechar os olhos.
Eu não tenho 5 anos mas tu tens bem menos. Pensou Ana enquanto desenformava o sorriso.

(Continua)

Isabel

(Devido às muitas dúvidas causadas pelo texto publiquei uma nota explicativa nos comentários)

"Lágrimas indíziveis"
Fotografia de Álvaro M.M. Pereira

47 Comments:

Blogger Meg said...

Isabel,

Que boa surpresa!

Se por um lado te perdemos, na busca e na esperança da felicidade te achamos. Aqui.

Palavras de circunstância não.
Porque as sabemos de cor.

Do primeiro para o segundo capítulo, que o tempo seja breve.

Um beijo com toda a felicidade do mundo para ti.

sexta-feira, setembro 28, 2007  
Blogger Unknown said...

Restou-me uma sensação de desconforto... tipo... pontapé no estômago.
Beijo

sexta-feira, setembro 28, 2007  
Blogger Maria said...

Que bom teres voltado à Ana!
Mas vive este momento, Isabel, vive-o intensamente, porque de certeza é muito bom.
Escreve só quando te apetecer.
Prefiro-te a viver este momento.

Beijos

sábado, setembro 29, 2007  
Blogger Elsa Sequeira said...

Linda!!!!
Fico contente por ESPERANÇA voltar a fazer parte do teu vocabulário de Vida!!!!!!!!

Convido-te a escreveres uma carta por Darfur - http://eu-estou-aki.blogspot.com -

bjts

sábado, setembro 29, 2007  
Blogger elvira said...

Meu Deus Isabel, como a sua Ana é uma mulher sofrida. Uma alma em chaga. Dá até para arrepiar.
Se a Ana fôr a "outra" parte da Isabel, que Deus a ajude.
Agradeço a explicação que deixou lá no meu cantinho. E do fundo do coração desejo que seja feliz, que encontre o seu quinhão de ar puro, e que respire até sentir que renasceu.
Um abraço. Bom Domingo

domingo, setembro 30, 2007  
Blogger Ana said...

Fiquei presa às tuas palavras. Tão fortes e reais que me deixaram um sabor amargo na boca. Voltarei para ler a continuação.
Beijo.

domingo, setembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Escrever é simplesmente escrever. Bem ou mal, isso é algo que não interessa nada...
Se andarmos na vida ao som das criticas dos que nada fazem, a nossa vida é um inferno.
Escreve, sem pre e quando te apetecer, os outros, esses se gostam ou não é problema deles...

domingo, setembro 30, 2007  
Blogger António Melenas said...

Olá Isabel
Julguei que tinhas abandonado a saga do começar de novo" Afinal aqui está ela de volta, sofrida, sarcastica, irreverente, provocadora. Já tinha saudades da Ana que tu iventaste (inventaste? ou que talvez ande po aí.
Que tudo corra como esperas nos novos projectos que acalentas.

Beijo muito carinhoso para ti

PS. A propósito de provocação, também o meu actual texto nos Escritos Outonais é bem provocador

domingo, setembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Isto parece-me tão confuso. Não consigo ligar as pontas.

Tens TDI?

domingo, setembro 30, 2007  
Blogger Nanny said...

Fantástico o teu texto!

Fico contente de te sentir mais feliz e determinada em mudar de ciclo :D, parece que o fim do Verão as vezes tem destas coisas...

Beijinhos

domingo, setembro 30, 2007  
Blogger Isabel said...

Bom, meus amigos parece que se impõe uma explicação.
É natural que os meus leitores, conhecendo-me apenas dos meus escritos, possam, como a Elvira, pôr a dúvida se a Ana é um outro lado de mim, ou se eu tenho TDI como pergunta o Migvic.
Na verdade nem uma coisa nem outra.
A Ana é uma personagem.
Apenas uma personagem.
Estabeleci neste blog um compromisso de apenas escrever sobre coisas que conheço bem, ou porque se passaram comigo ou porque as presenciei de perto permitindo-me ter um conhecimento fundamentado sobre o assunto.
Durante muito tempo contribui com a minha ajuda numa instituição de 3ª idade.
Lá passei dias inteiros durante muitos anos dando todo o tipo e ajuda que era possível a alguém que não era profissional de nenhuma área da saúde. Ajudei principalmente conversando, e fazendo animação, desde bailes, a arraiais, a festas de Natal, a ensaios de dança e canto, a peças de teatro, enfim um pouco de tudo eu fiz para melhorar um pouquinho a vida daqueles que ali se encontravam internados.
Infelizmente, além dos “meus velhinhos”, àquele local iam parar também muitos bem mais novos por não terem outro sítio para onde ir.
Dediquei-me nessa época a falar, tentar entender e sentir pessoas com todo o tipo de problemas, tendo contactado muito com pessoas com múltipla personalidade.
É mais comum do que muitos imaginam e as personalidades podem ser tão distintas que por vezes nem um filho ou alguém muito próximo sabe com que personalidade está a falar num determinado momento.
A múltipla personalidade além de ser interessante de explorar do ponto de vista literário, é também interessante, para mim, do ponto de vista humano. É no fundo é uma reacção de defesa, é o instinto da sobrevivência a falar dentro do cérebro.
Parece-me ainda importante falar deste tipo de doença que em Portugal, juntamente com outras do mesmo foro, são ainda um tabu e essa é uma das razões pelas quais pessoas como a Ana existem, sofrem de formas inimagináveis, e deixam desenvolver esta doença sem qualquer tratamento. As pessoas que com estas pessoas de relacionam muitas vezes não tem sequer consciência da existência do problema até ele já se ter tornado muito grave. Sofrem com as reacções estranhas das pessoas que amam e não sabem identificar as causas. Muitas vezes simplesmente tentam não ignorar o problema achando que assim minoram o seu sofrimento. O marido da Ana representa isto, Ama-a profundamente e por a amar tanto está cego ao problema grave que ela tem. Ela tem raiva dele por isso. Porque no fundo sente que ele a ignora, que não a ajuda, que não a salva no fundo. As suas amigas são as várias Anas que ela criou que são quem a salva, quem a ajuda , quem a apoiam.
O alerta para a frieza profissional que neste texto, faço-o porque considero este profissionalismo excessivo, esta tentativa de mostrar a não existência de envolvimento, é na minha opinião exagerada e provoca nos doentes a incapacidade de se relacionar com o médico que não deixam nunca de sentir como um estranho, como alguém que de facto não se importa com eles. É obvio que o rigor médico e a precaução são necessários, até porque falamos de pessoas muito fragilizadas e que facilmente se tornam totalmente dependentes do psicanalista ou psiquiatra que os acompanha.
Mas, nem 8 nem 80, e eu contactei com muitos casos em que as pessoas até se tinham dirigido a uma consulta 1 ou 2 vezes e devido à a sensação de falta de sensibilidade do médico em relação ao seu problema acabaram por nunca mais voltar.
Anos mais tarde o problema é de tal forma grave, que já não é possível esconder, que já afectou todas as áreas da vida da pessoa, em muitos casos propiciou o desenvolvimento de outras doenças paralelas chegando a ser necessário internamento como muitos dos casos que conheci.
Pronto, a explicação esta dada.
Os que ficam chocados com a linguagem, a fúria a raiva, o desejo de violência da Ana, tentem entender que a Ana é uma personagem mas poderia não ser e se não fosse seria um ser humano em estado de insuportável sofrimento.
A Ana é uma cabra a sofrer como provavelmente nunca nenhum de nós sofreu.
E escrever para mim é assim, criar personagens, vive-las, senti-las e ama-las ou odiá-las.
Eu gosto muito da cabra da Ana.
Vocês decidam, ou não.
Na minha opinião escrita é liberdade.
Liberdade de quem escreve e de quem lê.
Eu quando escrevo sobre a Ana ou qualquer outro personagem sou livre.
A minha personagem é livre, solto-a, dou-lhe vida própria e liberdade para se desenvolver.
E quem me lê é livre de tudo, de opinar, criticar, julgar, inclusive de não voltar a ler se vos perturba.
Eu continuarei a escrever sobre o que acho importante ou sobre o que simplesmente me der na gana.

Escrita é amor e liberdade. Para mim, claro.

Isabel

segunda-feira, outubro 01, 2007  
Blogger Elvira Carvalho said...

Esclarecida Isabel.
Ponto 1: Como disse no comentário anterior, eu "senti" o sofrimento da Ana. Como disse então fiquei até arrepiada.
Você descreve sentimentos com precisão, como alguém que conhece muito bem.
Ponto dois: Introduzindo a estória da Ana, você faz um comentário que entendi como pessoal. Daí ficou uma dúvida se bem que a mim me custava a entender que a Ana, se conseguisse desembaraçar da teia, em que mentalmente estava envolvida.
Daí eu dizer que se a Ana, fosse a segunda metade da Isabel, Deus a ajudasse.Não que fosse, mas "se"...
Agradeço o esclarecimento, gostei imenso de ter conhecido o seu blog, e espero a sua visita, sempre que deseje no Sexta-feira, já que o Coisas Minhas é mais fotos e trabalhos manuais.
Um abraço

segunda-feira, outubro 01, 2007  
Blogger António Melenas said...

Oi, Isabel
Fizeste bem em colocar aqui este pormenorizado esclareciento sobre qual essencia da personage do teu texto e sobre a sua possivel ambiguidade enquanto criação literária.
No que me diz respeito,porque tenho a presunção de te conhecer já um bocadinho e porque tenho acompanhado com muita atenção a tua escrita, não tive qualquer dúvida em te dissociar da personagem que sendo uma criação lierária mais não é , afinal mais do que do que a soma de várias vivencias e de vários conhecimentos adquiridos.
Olha se eu tenho alguma coisa a ver com a "minha" Lucrécia, por exemplo?
Beijinhos

segunda-feira, outubro 01, 2007  
Blogger Haddock said...

Isabel, poderoso!!!!!!
de uma violência que nos cala...
ainda estou a tentar recuperar...
(sim, li a tua explicação)

abraço!!

segunda-feira, outubro 01, 2007  
Blogger Desolation Row said...

Podes postar sim a minha historia no teu blogue... basta meteres o meu nome...

Marlon Morais

ainda so li este ultimo post... knd n tiver com alta moca de sono, vou ler o resto ok?

escreves mssmo mto mto mto bem! =)


voute copiar aki uma coisa k escrevi pra uma amiga minha... k me fez sentir, kuando li um texto dela, o mesmo k me senti a ler isto =)

"Tens um poeta dentro de ti... ou uma poetisa... ou os dois... kuando ela sair vaite rasgar a barriga e a mente e agarrar-te pelos braços... vai-te ensinar a tirares todos os orgãos de alguém para fora com um simples gesto das mãos, e a ser capaz de destruir uma mente com a beleza.
Espero que aprendas.
O que precisas é de engolir o mundo. Agarra-lo e engoli-lo e a respira-lo com um suspiro como se estivesses a inspirar todo o ar do mundo.
(Vai à janela e faz isso.) (A sério.)

APRENDE A DEVORAR O MUNDO, E ELE SERÁ TEU!"

segunda-feira, outubro 01, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

. Se ele sabe o que se passou com ela, como pode não perceber que ela precisa de ajuda?

.. Se ele não a ajuda porque está ela com ele?


Coelhinho

terça-feira, outubro 02, 2007  
Blogger O Profeta said...

Olá amiga, a tua volta é sereno de manhã de primavera...já te tinha dido que és uma notável fioccionista?...um dia desses convido-te para me excreveres uma peça de teatro e...será uma boa forma de te obrigar a vir respirar a beleza da minha ilha...


Doce beijo

terça-feira, outubro 02, 2007  
Blogger P. Guerreiro said...

Querida amiga, escritora, companheira de palavras, de sentimentos, de sentidos. Não lhes conseguimos resistir, a elas voltamos sempre.

Não tenho vindo cá, também mal me tenho ligado, mantenho um conto para sobrevivêncio do blog e por que não quero deixar de escrever.Fico no entanto agradavelmente surpreendido por teres voltado ao "projecto". Vou ler-te com atenção.

Um abraço do teu amigo virtual P. Guerreiro e muita sorte para todas as tuas decisões, continua.

terça-feira, outubro 02, 2007  
Blogger Brain said...

Isabel,

O poder da escrita é este mesmo,
Que tu tens e tão bem exploras.

Pela minha parte,
A explicação seria dispensável,
Mas de facto,
Também comigo acontece,
Frequentemente,
As pessoas "confundirem" o que escrevemos,
Com o que vivemos.

Excelente, como sempre, este teu texto.
Muito real,
E acima de tudo,
Muito Vivo!

Um Beijo.

terça-feira, outubro 02, 2007  
Blogger despertando said...

Vai saboreando cada momento da tua nova existência como se fosse a última coisa do mundo.
Beijinho com muito carinho

terça-feira, outubro 02, 2007  
Blogger AC said...

Demasiado longo (para mim, claro) mas muito bom.

Conseguiste captar muitissimo bem os sentires, e passa-los com um realismo que de tão real perturba o incauto.

Eu prefiro olhar pelas portas das grutas, assumi-las, lê-las. Por isso o teu texto enche-me.

Parabéns e um beijo.

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger Teresa Durães said...

o que mais gosto em todas as doenças mentais é do modo como encaram os demais e os próprios profissionais. Detentores e uma verdade que nunca foi verdadeira porque nunca experimentaram. Saem palavras routas das suas bocas e no fim, no fim mesmo, só um grande escárnio.

Puta para com eles

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger Xana said...

"Eu continuarei a escrever sobre o que acho importante ou sobre o que simplesmente me der na gana."

(Escrita é amor e liberdade.)

Isabel li-te. gostei sem criticas ...estou contigo em todas a palavras e sentires

Abraço força!

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger Cusco said...

Estive cá!



Beijinho

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger un dress said...

de José Bento

/eis um lírio e não preciso de louvá-lo:
está diante de vós
no branco esvoaçante
que abrancura alcança ao pé do fogo.


Seu nome?

Vive inscrito no perfume
desfolhado em redor
com que magoa e chama
ao resvalar nos dedos./


a propósito do teu comment...obrigada! :)


.volto mais tarde para te ler.

beijO

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger jawaa said...

Sempre a mesma força na escrita!
Boas novas, estás feliz e estou contigo. Força, és tu que tens de segurar essa felicidade!
Continua a escrever que as tuas palavras são poderosas.
Um abraço

quarta-feira, outubro 03, 2007  
Blogger M. said...

Impressionante, Isabel!

quinta-feira, outubro 04, 2007  
Blogger Vitória said...

kkkkkkkk.....curti muito,não só o teu texto como tbm as perplexidades de quem lê.
Como na minha família há todo o tipo de distúrbios de personalidade ,dou graças a DEus de eu mesma ser uma borderline(seja lá o nome que for),ter uma pmd e meu marido TOC,,etc e outros rótulos que deves conhecer melhor que eu.

Para não assustar o pessoal por vezes escrevo com outros nomes e

até mudo de país....tem que ser..
.
O texto está claríssimo.Continua....:))

quinta-feira, outubro 04, 2007  
Blogger Isamar said...

Longo mas excelente. Quantidade e qualidade em sintonia. Assim, até apetece ler mais. Apenas um senão, para mim, as letras do espaço introdutório muito pequeninas.
Beijinhossssssss

Fazes falta por aqui.

Bom fim de semana!

sexta-feira, outubro 05, 2007  
Blogger R said...

O teu texto é absolutamente brilhante.

sexta-feira, outubro 05, 2007  
Blogger Maria said...

Passei para ver se havia mais Ana, não havendo, desejo-te toda a felicidade do Mundo....
Voltarei, claro.

Beijinhos, Isabel

sexta-feira, outubro 05, 2007  
Blogger Alexandre said...

Escreves, escreves e deverás continuar sempre a fazê-lo por mais mudanças que haja na tua vida!

A tua escrita é única neste mundo da blogosfera, é imperioso que continues a escrever e a deixares um pouco da tua alma em cada texto que fazes!

Muitos beijinhos!!!

domingo, outubro 07, 2007  
Blogger un dress said...

voltei pra saber e ler

.como tinha dito.

da tua alma aqui.




abraÇo.beijO

quarta-feira, outubro 10, 2007  
Blogger rui said...

Olá Isabel

Ficção ou realidade, este teu escrito comporta uma grande carga emocional!
Escreves num patamar muito elevado.

Abraço

quinta-feira, outubro 11, 2007  
Blogger despertando said...

Para quando a continuação?
Beijinho grande para ti.

quinta-feira, outubro 11, 2007  
Blogger Klatuu o embuçado said...

A mim parece-me aquela síndroma com nome de nobre francês... :)

quinta-feira, outubro 11, 2007  
Blogger Haddock said...

...
toureau??

nada a ver!!!

(este gótico é passado...)

quinta-feira, outubro 11, 2007  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Escreves muitissimo bem.

Adorei.

bfs e bjoca

sexta-feira, outubro 12, 2007  
Blogger P. Guerreiro said...

Agora que li melhor o texto só tenho pena de não compilares a história da Ana. Independetemente de como irá acabar está magnífica, que força, mostra que conheçes os sentimentos por detrás das mascaras.
Continuo a adorar ler-te.

Sei que possivelmente não vais ler isto a tempo, de qualquer maneira bom fim de semana, até sempre!

sexta-feira, outubro 12, 2007  
Blogger croqui said...

se têm o amor e a vontade, já têm tudo!

bjs

sexta-feira, outubro 12, 2007  
Blogger APC said...

Bom texto! Muito bom texto.
Sobre o tema principal e algumas passagens, teria o que dizer, mas impus-me, desde sempre, não trazer para o reino do virtual aquilo que mais me perfila na realidade, apenas o lazer e a fuga literariamente camuflada ao resto.
Todavia, o que aqui importa: muito bom texto, Isabel! :-) Um abraço.

domingo, outubro 14, 2007  
Blogger Nanny said...

Passei para te deixar um beijinho e li o teu comentário de esclarecimento... nunca me passou pela cabeça que te referisses a ti ao escrever a Ana... é difícil alguém com aquele grau de perturbação ter estrutura mental para manter um blog :D

Beijinhos

domingo, outubro 14, 2007  
Blogger vida de vidro said...

Como sempre, uma escrita terrivelmente tocante, perturbadora. Um texto muito bom, de volta à Ana. **

segunda-feira, outubro 15, 2007  
Blogger saudosista do futuro said...

a escrita é mesmo
amor e liberdade.

e a tua é do osso.

melodia para a imaginação
que derramas como só TU.

---------------------------

retenho o folgo em exagero
e o ar não falta.


IMAG(h)INO.

segunda-feira, outubro 15, 2007  
Blogger Unknown said...

VOCÊ É MARAVILHOSA,ESCREVE DIVINAMENTE,MAS TENHO A IMPRESSÃO QUE VOCÊ ESTÁ EM PORTUGAL.
QUE É PORTUGUESA.(BEM SOMOS IRMÃOS BRASILEIROS) SÃO PAULO .BRASIL.
VOCÊ ME TOCA PROFUNDAMENTE,TE ADORO
ABRAÇOS. MARTA

terça-feira, janeiro 15, 2008  
Blogger isabel mendes ferreira said...

Isabel...re.vi.te no Profanus...:)

e re.encontrei.Te.


está tudo bem contigo?





jura!!!!!!!!!!!!!!



beijo.te.

segunda-feira, janeiro 21, 2008  
Anonymous Anónimo said...

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terça-feira, novembro 24, 2009  

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