segunda-feira, agosto 27, 2007

O dia em que deixei de falar

30-8-07 Aviso: Estou novamente de partida para Arraial d'Ajuda, o "meu" paraiso na Bahia de que já vos falei.
Podem ter saudades minhas, eu vou ter saudades vossas certamente.
Regresso a meio de Setembro, com histórias longas, das minhas, e fotografias de fazer inveja.
Fiquem bem.
Até breve.
A vida de todos nós está recheada de estórias.
Gosto de lembrar as estórias que fui vivendo ao longo desta vida, aquilo que todos nós somos e vamos sendo é fruto de um conjunto de muitas e variadas coisas, entre elas, das estórias da nossa vida.
No fim, é o conjunto das pequenas estórias da nossa vida que fazem a nossa grande história
.

Quando eu terminei o liceu e entrei para a Universidade aconteceu-me por um período de vários meses deixar de falar.
Deixei de falar literalmente.
Só falava mesmo o básico: respondia às perguntas com um curto e manifesto sim ou não, agradecia com um simples obrigada e que eu me lembre além disto falava apenas o necessário para sobreviver numa cidade.
-Queria um bilhete de ida e volta.
-Uma sandes mista por favor.
Eu arriscaria a dizer, sem medo de a memória me estar a atraiçoar, que nada mais eu dizia.
Foi assim, neste estado de mudez, que cheguei ao meu primeiro dia de Universidade e foi assim que passei vários meses.
O facto de não querer mesmo falar não fazia com que não escutasse, pelo contrário, ouve-se bem melhor quando se fala pouco.
Também não fazia com que não estivesse bem atenta a tudo o que me rodeava, pelo contrário, o tempo que não passava a falar passava a analisar tudo o que acontecia à minha volta.
Fui, sei-o, um ser muito estranho, aos olhos dos outros, principalmente dos meus colegas de turma.
Como tudo o que é estranho, eu era, sei-o, um verdadeiro mistério por desvendar.
Algo que não entendiam, que não sabiam explicar, que os confundia.
Eu era uma espécie de provocação à curiosidade humana.
Era uma estranha aberração.
Ainda por cima uma estranha aberração que estava ali, aos olhos de todos, dia após dia, mês após mês, sentada na secretária ou sozinha numa mesa do bar, e sempre invariavelmente muda.
Muda mês após mês!
Uma afronta à normalidade.
Uma afronta à curiosidade que permanecia por satisfazer.
Para cumulo , uma afronta sedutora, pois há algo inegavelmente sedutor no desconhecido, no misterioso, no inexplicável.
Sei também, que o factor de estranheza aumentava pelo facto da evidência não me apresentar como uma pessoa tímida. De facto até o sou. Mas não pareço nada. Mesmo nada. Sou como alguém que amo muito e que se auto intitula de tímido espalhafatoso.
É precisamente isso que eu sou, uma tímida espalhafatosa.
É muito comum, todos sabemos, encontrar nas Universidades aqueles alunos, feios, apagados, muito tímidos e muito calados. É tão comum que isso ninguém estranha. Limitam-se a fazer o julgamento precipitado do costume: é um totó! Ou é uma totó!
Ou então usam o já corrente Americanismo: é um nerd!
E pronto! Resta ignorar completamente a criatura e tá feito! Não incomoda mais!
Mas eu incomodava.
Eu não era a feia, pelo contrário, era bonita.
Eu não era apagada, pelo contrário, já era vistosa por natureza e tinha o hábito de me vestir e me arranjar de forma mais vistosa ainda. Adorava mini saias. E usava-as tão minis que tinham um maxi efeito.
Resumindo: Era bonita, atraente, provocante e não parecia nada tímida.
Segundo os rótulos masculinos usados na época tudo me colocaria no tipo “ gaja gira e boa, provavelmente burra e que quer é festa”.
Segundo os rótulos femininos seria tipo “ gaja com a mania que é gira e boa, que se vê logo que é burra e que o que quer é festa”
Problema: O rótulo comigo falhava.
O rótulo falhava redondamente para ambos os lados.
Porque aqui a gaja ( eu ) era muda.
Aqui a gaja não falava com ninguém.
Se não falava com ninguém é porque não devia querer festa.
Então que raio de bicho estranho era aquele que não tinham visto ainda?
Curiosamente, este rótulo era o mesmíssimo utilizado também pelos professores e professoras com a consequência algo “chata” para uma aluna de Direito de ter todos os seus professores convencidos que é burra.
Ainda assim eu continuava sem vontade nenhuma de falar.
Parecia que quanto mais me apercebia do "sururu" à minha volta menos vontade eu tinha de falar.
Como o tempo sem falar se ia prolongando cada vez mais, apercebi-me que tinha chegado a um ponto que eu era o novo jogo da turma e que se faziam apostas a dinheiro acerca de quem seria a primeira pessoa a conseguir falar comigo.
Enojou-me, confesso.
A náusea silenciou-me mais ainda.
Sentia-me uma boneca, uma mulher feita brinquedo.
Lá estava eu, fechada numa caixa imaginária, contornada por luzinhas a acender e apagar. Faziam-se as apostas e logo de seguida cada apostador dava o seu melhor para ganhar.
O prémio era a boneca falar.
Mas o único som que se ouvia era a corneta anunciando mais um perdedor.
A boneca continuava sem falar.
Ninguém imaginava porque a boneca não falava nem nunca ninguém se lembrou de pensar nisso.
Quando sentimentos e vontades primárias como a curiosidade e a ânsia de ganhar gritam bem alto, poucos são os que se lembram prestar atenção a outro tipo de vozes menos ruidosas, vozes por vezes totalmente silenciosas.
Há certamente uma razão para coisas como uma estranha mudez, por exemplo.
Com pequenas faltas de atenção, e entusiasmos irreflectidos podemos em muitas ocasiões da vida magoar muito alguém.
Podemos fazê-lo simplesmente porque nos estamos a divertir e nem reparamos no dano que a nossa diversão pode causar.
Não sei se a diversão dos meus colegas me magoava.
Sei que me nauseava.
Sei que me fazia viver num estado de náusea permanente.
Sei que não me julgava capaz de falar.
Sei que não falava porque tinha o choro entalado na garganta e me impedia de falar.
Sei que o meu silêncio era feito de lágrimas.
Sei que as lágrimas eram invisíveis, como as minhas palavras eram mudas e o meu vómito era seco.
Mas sei que em silencio eu falava e chorava e vomitava as entranhas e ninguém via.
Chorei muda, vários meses.
Chorei muda o duro contacto com uma realidade que se me entalou na garganta e com a qual eu não sabia viver.
Um dia falei.
Ninguém ganhou a aposta.
Ninguém me fez falar.
Falei sozinha.
Sem ninguém esperar um dia falei.
Engoli a realidade que como uma grande e dura espinha tinha espetada na garganta.
Engoli-a e nesse dia falei.
Engoli-a e depois aos poucos fui-a transformando.
Larguei Direito 3 anos depois.
Não quis viver a vida inteira com algo que tanto me tinha desiludido por mais bem sucedida que tivesse a certeza que poderia ter sido.
Larguei o curso e não me arrependo.
Estuda-se Direito de forma limitada e sem dar importância à sua essência: o conceito de JUSTIÇA.
Pratica-se Direito, tantas vezes, sem Direito sequer.
Não era para mim.
Como poderia ser para mim?
Aprendi dessa minha estranha fase muda que a realidade pode ser difícil de engolir.
Aprendi que temos direito ao silêncio.
Aprendi que devíamos ter o dever de respeitar os silêncios de todos e todos os tipos de silêncio.
Aprendi que não deveríamos ter o direito de julgar e colocar rótulos inadvertidamente sob pena dessa nossa irreflexão tornar a realidade cada vez mais injusta, mais difícil de tragar e engolir como o foi para mim levando-me à mudez.
Hoje escrevi sobre a minha mudez e doeu, se me pedissem para falar sobre ela creio que voltaria a emudecer.
E, todos me acham, tipo falador.
Anda o mundo enganado com o mundo.
Os rótulos nas pessoas do mundo estão erradamente colocados.
Não há DECOs para defender aqueles em quem o rótulo foi mal colocado e não corresponde à realidade.
Haveria que deixar de pôr rótulos nas pessoas e deixá-los apenas para as embalagens.
Não há lei para isso, cabe a cada um de nós individualmente respeitar a individualidade de quem nos rodeia.
Não queremos um dia, sem sequer dar por isso, estar a contribuir para a mudez de alguém.
Pensem nisto um bocadinho agora.
E voltem a pensar de novo antes de julgar alguém.
Não estou aqui para ensinar ninguém.
Só vos quis tocar.
Um toque no coração, na consciência, na alma, não importa onde.
Um toque... é apenas o que é esta minha estória.
Um toque...
Tocou?

Isabel
Silêncio
Fotografia de Katia Santos

49 Comments:

Blogger Maria said...

Tocou...
E por ter tocado tanto, deixo-te um abraço enorme, e um beijo....

segunda-feira, agosto 27, 2007  
Blogger Isamar said...

E tocou mesmo! Esse longo período em que tu, voluntariamente, te silenciaste foi muito positivo na tua aprendizagem sobre a vida, sobre o que os outros pensam daqueles que não falam, dos estereótipos que se fabricam acerca daqueles que, inteligentemente, se auto-marginalizam. E desse longo período de observação/ reflexão/análise tiraste brilhantes conclusões. Passarei algumas vezes para reler e, quiçá, voltar a comentar.
Beijinhos

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger P. Guerreiro said...

Antes de tudo um abraço. Gostei muito do teu texto sobre o Arraial d’Ajuda. Eu que até sou meio alérgico à moda do Brasil deixei-me levar pelas tuas palavras e quase que senti o abraço da Baiana, com todos aqueles adjectivos gostosos. Percebi a calma, o sossego, o parar do relógio. Também vivo numa região calma, numa região que convida ao descanso (ou que pelo menos convidava antes de a descobrirem como local de férias), mas percebi que esse descanso depende muito de mim, mesmo com ajudas muitas vezes não se consegue. Fatalidades laborais, o cumprimento de horários, o dia à dia comum de quem vive de um ordenado, muitas vezes os olhos fechados para o que nos podia libertar de tensões. Um dia, zangado comigo mesmo, parei o carro, junto a um pinhal perto da minha casa e obriguei-me a olhar para ele, a cheirá-lo, a ouvir os ruídos do mato rasteiro. Estava zangado porque não tinha desligado o botão, já tinha acabado o horário contratado e eu continuava em “On”, pirilampo aceso no olho pensante. Muitas vezes o lugar não faz tudo, também nós temos de colaborar. No teu caso a tua predisposição e temperamento encaixou maravilhosamente, simbiose perfeita, ainda bem porque é muito bom e faz bem à tua escrita. O texto “O dia em que deixei de falar” é prova disso. Reli este texto e recuei para um passado distante. No liceu onde não finalizei os meus estudos, onde a sobrevivência da individualidade era sacrificada a grupos, os betinhos, os inteligentes, os burros, os Punks, os comunistas, os nazis, os do clube da rádio, os da associação de estudantes e depois desses grupos os outros, os poucos que não tendo grupo eram catalogados de forma aleatória, tantas vezes injusta. Impus-me pelo desprezo com que tratava todos essas manifestações de sociabilidade pós revolucionária, mas não foi fácil. Quando consegui desisti de lá andar e fui trabalhar. Acredito que o problema estivesse em mim, já tivemos ministros mais novos que eu. Senti este texto de uma maneira especial. Obrigado por o teres escrito.

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Odele Souza said...

"Gostei muito Odete.
Tem demais a ver comigo este teu texto.
É lindo, profundo , intenso na forma como escreveste e fala de sentimentos e sensações que conheço bem....
e deixo-te aqui um abraço para te dar mais força ainda.
Um beijo à Flavia"

Querida Isabel,
Obrigada pela visita e comentário sobre meu texto "Eterno Recomeço".
Gosto muito de receber seus comentários pela inteligência e sensibilidade que você demonstra não só ao comentar textos alheios como ao escrever seus própios textos. Mas quero corrigir uma coisa: meu nome é ODELE (com L) e não Odete.
Volto depois para ler e comentar seu texto, porque este, há que se ler com calma.
Um beijo e bom dia!

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Cusco said...

Olá! Dizer que o texto está espectacularmente bem escrito é pouco.É pouco porque só isso não basta. Por vezes não é um texto extremamente bem escrito que é um belo texto. É preciso que o conteúdo o ajude a tornar belo fazendo-nos entrar dentro dele e ler também o que lá não está escrito. E com este belo texto consegues mais uma vez fazer isso. Consegues que eu recorde aqueles momentos em que eu queria ficar mudo, em que o mundo desabava em cima do menino pobre da sala:
-Então e o teu pai trabalha, o que faz?
-Viste o filme ontem à noite?
-Foste à praia?
-Onde foste passear?


E menino mudo da sala não queria falar..Mas tinha de falar..Tinha de dizer que o pai cavava no campo, que não tinha televisão, que não ia à praia que não tinha carro, que não tinha água em casa, que não tinha casa de banho…E o menino falava, mudo de cabeça em baixo, envergonhado com vontade de chorar….
Beijo para ti!

(Em Setembro vou de férias…só depois um novo texto.Possívelmente uma coisa de um género diferente…talvez meta lá dentro uma avó Celeste que gostava de gatos)

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger José António said...

O mutismo é quase sempre um sinal de ferida que corta a vontade de comunicar. Nota-se pelo blog que o pior passou. Aind bem.Abraço

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger jawaa said...

A tua escrita toca... sim, tem a arte de tocar sempre quem tet lê.
Já te terei dito antes que escreves muito bem... e tens uma alma a escapulir por entre as estórias que apresentas.
Não sei se foram vividas, mas sentidas, ai, disso tenho a certeza!
Obrigada pelas tuas palavras, olha que eu acho que também se aprende a ler os sinais, ou pelo menos a não nos enganarmos tanto...!
Um abraço

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Estranha pessoa esta said...

Isabel,
Só tenho tido 'net' muito raramente..
Daí a minha ausênia..

Espero logo logo partilhar.
Tenho saudades.

Abraço enorme para ti.

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Meg said...

Isabel, não sei que estado de alma me provocou este teu texto.
Quantas angústias, quantos bloqueios a superar! E cada uma de nós reage de maneira diferente. Porque o ser humano é a sua circunstância.
Deixar de falar, deixar de comer, deixar de sorrir... quantas menifestações de dor de tal forma simulada que nem chega a ser adivinhada.

Mas sobrevivemos, Isabel, somos umas sobreviventes!
Beijinhos

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger FERNANDINHA & POEMAS said...

Isabel, tocou fundo no meu coração.
Eu quando vim para Lisboa estudar,
não havia como hoje universidades
nos Açores.
Cheguei com a minha mãe, que depois de se certificar que eu ficava bem instalada em casa de amigos dos meus Pais que eu desconhecia, passei a frequentar a universidade de medicina.
E lembro como se fosse hoje que me sentia como um bicho no meio do mato.
Comparada com a minha Ilha, Lisboa era um mundo onde eu tive muita dificuldade para me habituar.
Tempos passados, mas que me recordei ao ler o teu texto.
Texto muito bem conseguido.
Quero agradecer a tua visita ao meu cantinho.

Um granda abraço,

Fernanda

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

O toque foi fundo muito fundo.

Gosto muito de ti.

abraço apertadinho

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Nanny said...

Olá Isabel

Já cá tinha dado um salto, quando me visitaste, e hoje ao voltar deparo-me com este excelente texto de alma aberta...

Sou por natureza calada e observadora, ainda há uns meses me acusaram de intelectual e distante pelo simples facto de estar a ouvir e observar mais do que a participar numa conversa... fizeram-me sorrir trocista, só podia! O que ainda agravou mais a opinião e o rótulo que me tinham já colado!

Por outro lado, há pouco tempo estive com um amigo que nunca tinha conhecido ao vivo, sabia que estariamos juntos por poucas horas e parecia uma metralhadora a falar... quando por fim me despedi e me afastei uns kilometros mandei-lhe um sms: "Deves ter ficado a pensar que sou uma gralha"

Resumindo e concluindo: as situações e as pessoas fazem toda a diferença! Haja quem nos saiba "ver" e quebra-se o silêncio!

Um beijo silencioso, depois de tanto "gralhar" aqui :-)

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Sr. Jeremias said...

TInha-te posto a falar, sei que tinha:)

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Sr. Jeremias said...

E sim, tocou. Fizeste-me lembrar alguém...

terça-feira, agosto 28, 2007  
Blogger Odele Souza said...

Isabel,
Estou imensamente tocada pelo seu belo texto. E é um prazer ler algo que nos toca, que nos mostra o quanto quem escreveu tem intimidade com as palavras. E você tem essa intimidade, por isso, é muito bom te ler.
Fique com meu carinho.

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger AC said...

Parece-me que viveste este “jogo” de mudez com algum orgulho, proud to be really diferent, e depois não tiveste estofo para suportar os efeitos.

Gosto bastante do “trecho” em que descreves o choro, está poderoso!

Bom post, ainda não tinha lido nada parecido na primeria pessoa, obrigada.

Beijo

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger a d´almeida nunes said...

Senti-me muito tocado. Senti uma grande mistura entre a realidade e a ficção, entre o que também aconteceu comigo, muito tempo excessivamente introvertido, só com os anos a modificar-me, agora sou mais extrovertido que introvertido, mas só a espaços...
E não gosto de julgar ninguém. Muito menos sou capaz de condenar definitivamente.
Se fosse juiz as minhas sentenças acabavam por regra em penas suspensas ou com saídas condicionais...
Uns somos assim outros nem assim são...
Um abraço
António

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger impulsos said...

Olá Isabel!
Tocou sim... e como tocou!!
Um texto incrível escrito por alguém igualmente incrível e que decerto tocou, não só a mim, como a todos aqueles que tiverem um pouco de tempo disponível para lerem até ao fim o mesmo que eu acabei de ler.
Parabéns pela coragem deste impulso!

Um beijinho

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger ~pi said...

alguns gostam de rótulos.

são falsos mas

reconfortam-se neles...

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger António Melenas said...

Querida Amiga,
Antes de mais dei-me dizer-te que só hoje (agravamento dos meus problemas de saúde me impediram de abrir sequer o computador nos últimos dois dias, pelo menos)descobri o teu comentátro sobre o meu "rap".
às perguntas que nele me fazes"se eu tenho conciência de... por aí fora") a resposta é, sinceramente, "não não tenho".
Do que eu tenho conscêcia é que tu és uma grande e generosa Amiga, que não posso perder.
____
Concluí, pelo teu comentário, que tinhas voltado de novo à escrita e por isso acorri a ler-te.
E cá te encontro, igual a ti mesma, em um dos teus grandes textos.
Como já nos habiuaste a uma escrita onde realidade e ficção, se misturam num todo mágico, nada me autoriza a dizer que este texto, apesar o parecer, seja autobigrafico. sei apenas que de uma forma magistral,através de uma história algo dramática mas perfeitamente verosimil, denuncias o conceito idiota de que o diferente tem necessariamente de ser inferior, tem de ser anormal.
Poor things!
Um grande beijinho para ti

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger Haddock said...

tocou, claro que sim!
e escreves primorosamente, Isabel.
eu só ainda resisto à "estória" (conservadorismo linguístico parvo eu sei)...

e que história!!
que lembra outras feitas de pré-compreensões primárias, de
perversão de valores e, basicamente, de falta de respeito pelo outro.

um abraço

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Gostei desta sua história, faz-me lembrar que um dia pensei fazer um trabalho de pesquiza sobre a solidão e acabei por desistir pensando que ninguém gostaria de falar sobre isso e ninguém estaria interessado em saber mais sobre a solidão e os solitários.
Muitas vezes a solidão parece ser uma forma de as pessoas se defenderem da agressividade com que não sabem lidar, sendo não tanto uma auto-marginalização mas antes uma escapatória, não é?

Obrigada pela sua visita ao "meu" lugar, também gostei muito de ficar a conhecer o seu cantinho

quarta-feira, agosto 29, 2007  
Blogger Maria P. said...

Tocou e de que maneira!
Assim como tocou o comentário deixado na Casa, com o qual concordo.
Obrigada por estes toques.

Beijinho*

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger damularussa said...

Não sei muito bem como aqui vim parar mas saio muito, mas mesmo muito, agradada pelo "toque" da tua escrita.

Parabens.

;)

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger Cris said...

sem dúvida, tocou, bem dentro e bem fundo, sem rótulos ou anestesia!

Adorei. Um beijinho e muito obrigado pelas doces palavras deixadas em Terra.

cris

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger rui said...

Olá Isabel

Por vezes a falta de sensibilidade leva-nos a invadir o silêncio de outrem, ou forçar a atitudes contra a vontade do próprio..., é lamentável.
De forma intensa marcaste-me.

Beijinho, Isabel

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger P said...

Tocou!
"Aprendi dessa minha estranha fase muda que a realidade pode ser difícil de engolir.
Aprendi que temos direito ao silêncio."
Abraço

quinta-feira, agosto 30, 2007  
Blogger Nilson Barcelli said...

Um belo texto, ainda que a tua capacidade síntese seja contrária às poucas falas de outrora.
Eu também me acho um tímido extrovertido (não gosto do "espalhafatoso"...).
As coisas não são boas ou más por si mesmas. Nós é que as distorcemos. No Direito, também haverá sistema...?
Beijinhos.

sexta-feira, agosto 31, 2007  
Blogger Terpsichore Diotima (lusitana combatente) said...

Olá Isabel
Gostei imenso imenso do teu anterior texto, sobre o Arraial da Ajuda.
Eu já fiquei muitas vezes muda... e ainda fico muitas vezes muda... Na maioria das vezes estou muda.
Agora estou muda...

Beijo,
Descalça.

sexta-feira, agosto 31, 2007  
Blogger Cusco said...

Olá! Antes de partir de férias venho deixar um beijinho e um obrigado por todas as simpáticas visitas com que tive o prazer de ser distinguido.
Voltarei em breve…!
SE DEUS QUISER!

sexta-feira, agosto 31, 2007  
Blogger tchi said...

"O mundo parece irreal, mas não me importo", Maria José Quintela

sábado, setembro 01, 2007  
Blogger un dress said...

tocaste. MUITO...

emocionalmente - é onde mais precisamos de ser tocados.

o lugar onde nos ensinaram que é mais seguro estar morto.

fingir a morte ficar de pernas pró ar como "aqueles" insectos.

a metamorfose... pois kafka e não só.



:) beijO

sábado, setembro 01, 2007  
Blogger bettips said...

Já não estás hoje, é ainda dia, aonde? Andas ao contrário da terra? Giras sobre ti mesma? Falas. Levas o riso, levas a cor. Levas-me de entusiasmo. Fica bem, querida Alma!

domingo, setembro 02, 2007  
Blogger Apenas um homem said...

Se tocou... A memória não apaga, obrigado por partilhares connosco um momento tão especial na tua vida.
Uma boa semana,
Beijos

domingo, setembro 02, 2007  
Blogger Som do Silêncio said...

Claro que tocou...e bem...

Beijo Silencioso

segunda-feira, setembro 03, 2007  
Blogger O Profeta said...

Olá Isabel, sabes perfeitamente que me és querida...estve contigo em um delicioso jantar de amigos e deu para ver a pessoa fantástica que és...até já...


Doce beijo

terça-feira, setembro 04, 2007  
Blogger Brain said...

Foram tantas as vezes que aqui vim...
Foram em mesmo número as que saí,
Um pouco triste,
Um pouco mais pobre,
Pois tu não estavas,
Apenas o teu rasto,
O teu perfume,
Que me traziam nas ondas da nostalgia palavras tuas,
Que via impelido a reler.

E nunca desisti de vir de novo procurar-te. Nunca.
Continuas nos meus links,
Conforme continuas no meu coração.

Agora,
Estás de volta!

E quando entrei e te encontrei de novo por cá,
SORRI!

E para mim é tão importante sorrir...

Fizeste falta!
Fizeste muita falta!

Mas como sempre,
Voltaste em grande!

Excelente texto!
Espelho de ti!

Recebe um beijo,
Hoje especial.
Um beijo de:
Bem vinda de volta a casa!

(PS:posso te fazer um pedido em sussurro? Posso? Não voltes a afastar-te... pelo menos... por tanto tempo.)

quarta-feira, setembro 05, 2007  
Blogger Gasolina said...

Um silêncio que grita. Tanto,tanto.

quinta-feira, setembro 06, 2007  
Blogger despertando said...

Como é bom chegar aqui, sentarmo-nos na tua companhia e desfrutar desta partilha....
Tocou sim, e quantas pessoas por aí fora não deveriam elas fazer voto de silêncio?
A humanidade seria sem dúvida mais rica.
Obrigada pelas tuas histórias, já falta pouco para o teu regresso.
Até lá, um abracinho carinhoso.

sexta-feira, setembro 07, 2007  
Blogger Pepe Luigi said...

Gostei imenso de ler esta tua estória que como dizes fazem parte da história da tua vida.

Bjs

quarta-feira, setembro 12, 2007  
Blogger *Um Momento* said...

Tocou sim...
Desejo uma boa estadia ...e tudo de bom
Quando voltar... cá estou:))
Beijo em ti
(*)

quinta-feira, setembro 13, 2007  
Blogger Rui said...

Meio de Setembro!!

quinta-feira, setembro 13, 2007  
Blogger Odele Souza said...

Isabel,
Já deves estar prestes a voltar. E com a mala cheia de histórias para nos contar...
Um beijo.

sexta-feira, setembro 14, 2007  
Blogger Haddock said...

...
outra vez????
isabel, leva o laptop!!!

sexta-feira, setembro 14, 2007  
Blogger DairHilail said...

Este comentário foi removido pelo autor.

sábado, setembro 15, 2007  
Blogger Nilson Barcelli said...

O meio de Setembro já chegou.
E tu...?
Beijinhos.

domingo, setembro 16, 2007  
Blogger rui said...

Olá Isabel

Vim espreitar!
Ainda deves andar por aquela terra de gente maravilhosa, a receber aqueles abraços que abarcam todas as alegrias da vida.

Deixo um abraço

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger António Melenas said...

É isso mesmo, Isabel. O prazer de respirar. Não como um acto mecânico, instintivo, animal. Respirar porque se quer, como um acto assumido, como preito à capacidade que nos é dada de o fazer. Se respirar é vida, pois que se aprecie esse dom que faz de cada um de nós um ser único e irrepetível como única e irrepetível é a vida que nos é dada. Em relação a cada um de nós nada há para além dela. Nem antes, nem depois. Desta realidade nos esquecemos na voragem dos dias, no carreirismo, na ambição desenfreada, na persecução do ter, na estudada elaboração do parecer, esquecendo-nos que o único bem que interessa preservar, porque outro maior não há, é a VIDA. Daí a tua alegria, por teres finalmente tomado consciência desta realidade. E o caso não é para menos. Como eu te compreendo!
Só que tu o dizes de uma forma apaixonada e apaixonante neste teu belíssimo texto. Mágico, como sempre.
Um carinhoso abraço, por essa alegria

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger Alexandre said...

por vezes, nada mais nos resta do que a afasia..

domingo, março 09, 2008  

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