sexta-feira, junho 01, 2007

Histórias da minha solidão

Duras, o prazer de a desconhecer

“Não há dois tempos iguais de solidão porque nunca se está só da mesma maneira.” (Henri Bosco)

“A solidão é um lugar estranho”
Li, ouvi, a alguém, algures, não me lembro quando nem onde.
Talvez a mim própria em dia de mentir.
A minha solidão nunca teve lugar. Está em todos os lugares.
A minha solidão nunca teve tempo. É constante. É permanente.
É um único e raro “sempre”.
A minha solidão não é estranha. Não há como estranhar o que é parte de nós.
A minha solidão é a amiga mais amiga.
A minha solidão é a família mais familiar.
A minha solidão é a amante mais amável.
A minha solidão é a confidente mais confiável.
A minha solidão veio e ficou.
A minha solidão veio um dia e ficou para o resto dos dias.
Para sempre.
A minha solidão é cativa de mim e cativa em mim cativa-me.
A minha solidão cativou-me e eu dela fiquei cativa.
Eu sou a sua prisão, ela é a minha companheira na prisão da vida.
Não sai de mim porque não quer, eu não deixo e principalmente porque é minha.
É parte integrante de mim.
Para sempre.
Minha, portanto.
Quando ela entrou em mim eu já estava só.
A minha solidão chegou para me fazer companhia, porque eu estava sozinha.
Não nasceu comigo.
Eu nasci com a minha mãe.
Há quem já nasça só.
Com a mãe já ausente.
Eu não.
Eu nasci com a minha mãe.
Só fiquei só depois.
Pouco depois, não me lembro quando.
Esqueci ou fiz por esquecer.
Esta solidão, que nesse dia ainda não era minha, ouviu-me rir, viu-me o riso, olhou-me nos olhos, espreitou para dentro de mim através da minha boca, encostou-se à minha pele e teve um arrepio.
Nunca tinha sentido ninguém tão só.
Uma criança, apenas!
Não sabia sequer que uma criança podia estar tão só.
Ficou por ali um bocadinho.
Olhando-me, sentindo-me, pensando.
Tão pequenina e tão cheia de um vazio imenso! Pensou sobre mim essa solidão, que ainda não era minha.
Quis ficar comigo.
Quis entrar em mim e tornar-me menos só.
Entrou devagarinho, para não me assustar.
Toda eu era fendas. Era fácil ter por onde entrar.
Entrou em mim, pelas fendas da minha pele e lentamente foi enchendo todo o vazio que em mim encontrou.
A solidão veio para viver no espaço onde vivia o meu vazio.
Ocupou-o e eu deixei.
Eu tinha frio e ela era quente.
Foi ficando, ficando, ficando até que ficou.
Acreditei que tinha ficado para sempre.
Doce acreditar!
Acreditei que não iria embora nunca.
Acreditei que era confiável.
Acreditei que era permanente.
Acreditei que não me iria abandonar nunca.
E não.
Nunca vai embora.
Não me abandona nunca.
Está sempre cá, aqui, em mim, presente.
Não importa que eu esteja presente ou ausente do mundo ou até dela, ela está sempre presente em mim.
Ela veio e ficou cá.
Vive cá.
Vive aqui.
Vive comigo.
Fez-se família e familiar.
Fez-se um” sempre”como sempre as famílias deviam ser.
Quis acreditar nela e acreditei.
Ela era o meu único “sempre” e as crianças precisam de um “sempre”.
Até eu que já estava só.
Ela era o meu “sempre”.
Era a minha segurança.
Estava lá comigo e para mim.
Sempre num sempre que era mesmo sempre.
Embalava-me o sono.
Acompanhava-me o riso.
Espreguiçava-se comigo, ao acordar.
Vinha às minhas cavalitas para a escola.
Escondida atrás da minha orelha lia comigo o que o giz branco escrevia no quadro negro. “Temos de aprender isto”. Dizia-me baixinho.
Agarrava-se com força aos meus cabelos compridos e vinha neles a balouçar, enquanto eu, sempre sem pressa de chegar a casa, vadiava, por lugar nenhum, todos os dias, ao fim da tarde dos dias.
Ajudava-me, concentrada, com os meus trabalhos de casa, nas raríssimas vezes que eu os fazia.
Deitava-se ao meu colo na “chaise longe” da casa da minha avó, onde eu vivia, e as duas ficávamos a imaginar os lugares onde gostaríamos de estar, até a voz da avó nos chamar para jantar.
Jantava comigo com um apetite tão devorador como o meu. Não sei qual de nós comia mais se eu se a minha solidão.
Olhávamos a televisão, sem interesse, aborrecidas e indiferentes, fazendo tempo para ir para o quarto.
Começámos a ir para o quarto cada vez mais cedo.
Era lá que guardávamos os livros.
Tínhamos de ter cuidado com os livros. Não os deixar na sala nunca. Os outros viam e diziam à avó que não eram coisas próprias para a minha idade. A avó que nada sabia de livros acreditava e ficava muito preocupada.
Não queria a avó preocupada mas queria ler.
O quarto era seguro.
Era lá que líamos, líamos, líamos, sem prestar atenção aos gritos da avó dando a ordem de ir para a cama.
A verdade é que pouca atenção prestávamos às ordens da avó, nem às dos professores, nem às de ninguém, fossem elas quais fossem.
Apenas as ordens do pai e da mãe tinham importância. Mas só vinham ao fim de semana e davam poucas ordens.
Tínhamos uma liberdade nossa.
Nunca fui tão livre, acho.
Depois de ler muito, adormecíamos esgotadas, com os olhos a doer e os sonhos eram feitos de palavras de outros mundos. Mundos sonhados que nem nos livros havia.
Eu às vezes chorava.
Sentia-me pequenina, desprotegida e só.
A minha solidão consolava-me: Estou aqui tolinha, não vês? Não estás só. Tens-me a mim. Eu não te vou deixar nunca.
Era o meu conforto.
Era a minha mana.
Era a minha outra família. A família que estava sempre comigo.
Como eu criança ainda achava que as famílias deviam estar.
Um dia, depois de muito tempo juntas, ela entrou ainda mais dentro de mim.
Foi num dia em que eu me rasgava de dor.
Ela entrou, devagarinho, pelo rasgão que me cortava a veia, como antes entrara devagarinho por uma fenda na minha pele. Passou nesse dia a fazer parte do fluxo do meu sangue.
Tornou-se sangue no meu sangue.
Mais que familiar ela agora era eu.
Era ela em mim e eu nela. Ela e eu em fusão.
Ela, fundida em mim.
Eu, fundida nela.
Nunca mais só, sempre com ela por companhia.
Ela não vive dentro de mim, entenda-se.
Eu sou a casa onde eu e ela nos habitamos.
Sem ela e sem mim esta casa que sou eu era uma casa vazia.
Permanentemente vazia.
As visitas temporárias a esta casa não a enchem.
Nem ocupações ocasionais.
Nada.
Chegam com a mesma facilidade com que vão.
Enchem, sem preencher, espalham sem expandir.
Ocupam o espaço que já não está vazio e esvaziam-no sem nunca o terem cheio.
Vazia de preenchimento estaria sem ela e sem mim esta casa que sou eu.
Vazia de um “sempre” estaria sem ela e sem mim esta casa sem lar que sou eu.
Foi neste estado de solitário preenchimento que a encontrei pela primeira vez: Duras.
Marguerite Duras.
Algo nela me mudou, a mim e à minha solidão.
Mudou o que eu entendia por palavra.
Deixei de as tentar entender.
Passei a amá-las, simplesmente.
Acrescentei-lhes prazeres vários.
Prazeres de pele.
O prazer do toque no papel do livro.
Acariciando as folhas.
Desejando as letras.
Ansiando as palavras.
Saboreando as virgulas.
Degustando os pontos.
Hesitando avançar, continuar.
Tocando o durante sem sequer roçar o fim.
Lambendo as pontas dos dedos.
Molhando os cantos das páginas.
lambendo
molhando
chupando
sem engolir
entrando
devagar
sem penetrar
amando
amando
amando
as palavras que vivem nos livros
e que também vivem em mim.
Passei a ter mais uma amiga.
Especial.
Muito especial.
Uma amiga que me iniciou numa nova era.
"Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro". (Henry Thoreau)
Eu iniciei uma nova era, um novo tipo de solidão depois de aos 12 anos ler Duras.
Duras escreveu “Escrever é também não falar. É calar-se. É gritar sem ruído”.
Eu e a minha solidão líamos e calávamo-nos , gritávamos e berrávamos com toda a força do nosso silêncio.
Falávamos com ela, falávamos horas a fio, sem um som.
Ela escrevia e eu lia.
Ela expulsava e eu absorvia.
Ela dava e eu recebia.
Ela era uva e eu comia.
Ela era vinho e eu bebia.
Ela era a papoila que eu contemplava.
Ela era o ópio que eu fumava.
"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, um o mel, a outra o veneno". (Nietzsche)
Duras era o veneno com sabor a mel que bebi sôfrega desprezando o antídoto.
O que ela tinha?
Não sei.
Falava a mesma linguagem que eu e a minha solidão, acho, hoje, sem muita certeza.
Nunca gostei de certezas, nunca as procurei, nem sei o as certezas são.
Gosto de Duras, muito, acho.
Talvez a ame até.
Não sei quem ela foi. Busquei nela tudo menos certezas. Não lhe fiz perguntas. E dela não tive respostas.
Ainda bem!
"Que importa que já o saibas? Só se sabe o que já nos não surpreende". (Virgílio Ferreira)
Não quero saber, quero ir sabendo.
Não quero conhecer, quero ir conhecendo.
As coisas acabam quando as conhecemos.
As coisas acabam quando cessam de nos surpreender.
Li tudo de Duras.
Conheço-a tão pouco. Surpreende-me tanto ainda.
Ainda bem!
Ela morreu mas não acabou.
Deixou livros para nos envenenar com palavras cobertas e encobertas de surpresas.
Amo-a, acho. Surpreendentemente, tenho, quase, a certeza disso.

O melhor da vida são as surpresas.
O melhor de nós é manter a capacidade de nos deixarmos surpreender.



Isabel


Fotografia de Dave

Nota:Este texto é também a resposta ao desafio lançado, à laia de castigo, pelo meu caríssimo Besnico di Roma, nas suas Memórias de um Amnésico http://memoriasdeumamnesico.blogspot.com/. O desafio consiste em escolher um meme.Eu não escolhi um, escolhi vários, escolhi todos os que estão a bold (negrito em Português), de outra forma fugiria ao tipico da pessoa excessiva que sou.
Resta explicar, a quem não saiba,o que é um meme:
Um meme, termo cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller controverso "O Gene Egoísta", é para a memória o análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros) e outros locais de armazenamento ou cérebros.
Os memes podem ser ideias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma.

54 Comments:

Anonymous Anónimo said...

:) ainda tens a velha caneca de café?? :)

Ainda te aguentas na proa da minha velha embarcação? :)

Ainda te lembras do gosto a mar?

Hoje vim ver-te-ler-te-saber-te.

Por mim, continuo no Indico :) com as tempestades do costume :) velas rasgadas :) genoas inchadas :) mas porra, ainda navego!

Beijo, Isabel :) companheira de viagem :)

Van

sexta-feira, junho 01, 2007  
Blogger Isabel said...

Vanda, querida Vanda, tenho tudo e saudades de navegar contigo.

A velha caneca de café guardada à tua espera.
Sempre soubeste que às vezes enchia de aguardente.

Se me aguento na proa da tua embarcação. Ainda sinto a ventania à proa da tua embarcação. Faz-me falta a ondulação forte do teu mar.

Se me lembro do gosto do mar?

Lembro o o sal ainda me seca os lábios... vontade de mergulhar inteira.
Nunca gostei só de salpicos de palavras tu sabes companheira, marinheira dos mares de sal.

Diz-me por onde anda a tua embarcação.
Vamos enfrentar tempestades.
Vamos rasgar mais velas.
Vamos inchar mais as genoas.

Porra Vanda, vamos navegar.

Abraço grande e forte como esses mares.

Isabel

sexta-feira, junho 01, 2007  
Blogger jawaa said...

Tu tens a capacidade de surpreender-me com a força das tuas palavras, sempre (um dia hás-de ir a Nevers).
E que lindo cantar de amigo tu dedicas à Bettips!
Desculpa eu chegar atrasada - já fui dar-lhe um beijinho - mas só hoje te li.
Um abraço

sexta-feira, junho 01, 2007  
Blogger jawaa said...

Tu tens a capacidade de me surpreender com a força das tuas palavras, sempre (um dia hás-de ir a Nevers).
E que lindo cantar de amigo tu dedicas à Bettips!
Cheguei atrasada porque ontem não andei por aqui, nem vi correio, mas já passei por lá a deixar um beijinho.
Um abraço

sexta-feira, junho 01, 2007  
Blogger Menina do Rio said...

Gosto da solidão. Não a solidão da ausência que machuca, mas a solidão que me ajuda a pensar e estar bem comigo mesma!

beijinhos

sábado, junho 02, 2007  
Blogger vida de vidro said...

Como entendo esse teu conceito de solidão! Podemos sempre contar com ela.
Alguns livros são os companheiros que nos modificam a forma de ver a vida. Mas a solidão mantém-se. **

sábado, junho 02, 2007  
Blogger Maria said...

Isabel, Isabel.....
Porque me prendes a ler-te a esta hora?
Sabes? Fiquei sem sono.
Todos nós temos as nossas solidões. Que vivem connosco. Só que uns têm consciência disso, outros não...
Dás-me que pensar, sabes?
E ainda bem!

Beijinhos

domingo, junho 03, 2007  
Blogger DairHilail said...

passei...escreves com a alma á solta, é lindo, goatei mesmo muito

domingo, junho 03, 2007  
Anonymous Anónimo said...

E adoro vir aqui, é sempre uma surpresa.
Beijinho para ti, boa semana.

segunda-feira, junho 04, 2007  
Blogger Titá said...

Chorei com a dança de tuas palavras e com a forma linda com que expoes a alma.
Um beijo
Boa semana
T

segunda-feira, junho 04, 2007  
Blogger Besnico di Roma said...

Primeiro o sincero agradecimento por teres correspondido ao desafio.
Não me surpreendeste, pois que em segredo venho lendo o que escreves e já estou acostumado à qualidade da tua escrita.
Se disse-se que te compreendia, não seria errado, mas insuficiente. Mais correcto seria dizer que te sinto.
Tens razão… inconscientemente todos sabemos… mas tu dizes de uma forma que a mais ninguém ouvi quando dizes que “há quem já nasça só”
Frases de que particularmente gostei:
- Fez-se um “sempre” como sempre as famílias deviam ser.
- … as crianças precisam de um “sempre”… (e nós que seremos talvez eternas crianças?...)
Querida amiga, agradeço os momentos que me proporcionaste.

segunda-feira, junho 04, 2007  
Blogger Serenidade said...

E tu não paras de me surpreender, adorei...

Boa semana.

Serenos sorrisos

segunda-feira, junho 04, 2007  
Blogger P. Guerreiro said...

Contundente como sempre, exposta, sem rede...Que prazer ler-te assim...
Não conhecia o termo mas sei-lhe o sentido...

":Como vamos resolver o problema da água?, ele, Michael, tiraria da algibeira uma colher de chá e um fio muito comprido, limparia o cascalho à volta do orifício, formaria uma argola com o cabo da colher, atando-lhe um fio, faria descer a colher até às profundidades da terra e, quando a puxasse para cima, a colher traria água. E diria: É quanto basta para se viver."

(Final do livro "A vida e o tempo de Michael K" de Maxwell Coetzee, escritor nascido na Africa do Sul)

Um abraço! Nunca pares de escrever...

terça-feira, junho 05, 2007  
Blogger Vida said...

Minha querida Isabel, o quanto me fazes pensar, coincidências... solidão. Sabes nunca estiveste só, a solidão é quando nos perdemos de nós e tu sempre estiveste bem acompanhada de ti própria, das tuas palavras, com uma lucidez espantosa. O quanto me faz bem ler-te...

Um beijo doce para ti.

terça-feira, junho 05, 2007  
Blogger António Melenas said...

Assim não, Isabel, assim também já é abusar. Escrever bem é uma coisa, agora o que tu fazes com este texto é ir muito além de escrever bem . É mergulhar na escrita, fazeres parte dela, interioriza-la, nela te lambuzares e - o que é mais grave – atrair quem te lê, envolvê-lo, aliciá-lo de uma forma tal que, a custo dele se emerge para voltar à tona e ainda por cima com a cumplicidade de Duras, de Virgílio Ferreira, Nietzsche, Henry Thoreau, pesos pesados na arte da interiorização.
Como eu gostaria de saber dizer o que aqui exprimes com a profundidade com o talento, com a elegância com que tu o fazes! Eu que só sei dizer se o preto é preto e o branco é branco e que apenas, dentro dessa secura, relativamente à solidão diria uma coisa que não anda longe do que tu dizes de uma maneira tão completa e tão bonita:
Comigo, nunca estou só. A solidão, por vezes aflitiva e que chego a pensar mortal, só me acontece quando me encontro no meio da multidão.
Pois é, mas eu não me chamo Isabel.

Texto magnífico este!

Resposta às tuas perguntas: no meu blogue:
Não estou de férias, mas a saúde não é boa e ando algo desalentado.
Fico feliz com o teu interesse.
Um beijo grande

terça-feira, junho 05, 2007  
Blogger Unknown said...

A solidão como companhia...
Como se a solidão fosse um ser... a presença dum ausente.
O que tu fazes às palavras, Isabel!
Beijo.

quarta-feira, junho 06, 2007  
Blogger bettips said...

Como a solidão te veste, umas vezes de preto, outras de vermelho. Esgotas-nos os sentimentos, Isabelinda. Como se fizesses correr os nossos cavalos interiores: paramos, já ao longe, com suor e tonturas. Bjinho

quarta-feira, junho 06, 2007  
Blogger Nilson Barcelli said...

Fazes o que queres das palavras.
Com uma facilidade (pelo menos aparente) que impressiona quem lê.
Desafio ganho, claro, por 4 ou 5 solidões a zero...
Bom fim-de-semana.
Beijinhos.

sábado, junho 09, 2007  
Blogger miruii said...

Tu és o melro mais lindo, não me importo se me quiseres comer... Sabes, vai ser como a sementinha no ninho do rouxinol, ele vai apaixonar-se por ela.
Obrigado minha amiga, nem sabes como gostei que me visitasses!
Atenção que eu quando pico deixo sempre mel... a quem é amigo, claro!
Vou deixar-te uma flor... e sabes porquê também? Para te agradecer esse olho lindo!

sábado, junho 09, 2007  
Blogger croqui said...

Muito bem conseguido! Estiveste à altura do desafio!

e lembraste-nos dessa nossa velha conhecida, a solidão! Também a conheces?! Claro que sim, quem não a conhece! Esquecmo-nos dela quando está tudo bem, mas acabámos sempre por voltar pra ela! Pelo menos quando não temos nada, temo-la sempre! A ela! Que recusa a deixar-nos ou vice-versa!

1bj grande!
croqui

sábado, junho 09, 2007  
Blogger Art&Tal said...

agradeço a observaçao

oferecida aos meus circulos.

pois... mais uma leitura legitima

abraço

cf

ps: acho que j+á aqui estive.
preciso de tempo para ver melhor

segunda-feira, junho 11, 2007  
Blogger Alexandre said...

«Menina, na tua escrita sinto o Mar e vontades literárias de aproar...»

(remake da Menina dos olhos d'agua do Pedro Barroso)

Que texto fantástico! Por onde andas? As saudades da leitura não se medem aos dias... Estás bem???

Beijinhos!!! Muitos!!!

segunda-feira, junho 11, 2007  
Blogger R said...

Experimentalidade bem conseguida... Fiquei fã

terça-feira, junho 12, 2007  
Blogger António Melenas said...

Olá Isabel, continuas ligada às tuas solidões!!!
Hoje sou eu que pergunto: Por onde andas que não dás sinais de vida!
Deixo-te um beijinho

terça-feira, junho 12, 2007  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Belissimo o teu texto sobre a tua solidao.

Hoje sinto me terrivelmente só, tão só que até a solidao que todos os dias em faz companhia hoje me abandonou.

bjinhos

(respondi ao desafio dos livros no dia 10.06)

terça-feira, junho 12, 2007  
Blogger jorge esteves said...

Conheço uma fraga, lá para uns altos da minha terra, que ao tempo se moldou a jeito para um distraído ribeiro que procurava as calmas do vale. Os saltos e sobressaltos, os murmurios, a cores e os reflexos sempre me suspendem as palavras e os olhos. Como esta tua intima intimidade com a Solidão...
porque eu sei, de saber, que a solidão é assim uma espécie de nos envolvermos no casulo da nossa alma, transformarmo-nos em crisálida, esperar a metarmofose, esperar, que ela acaba, sempre, por chegar!...
Um abraço!

quarta-feira, junho 13, 2007  
Blogger Dark-me said...

Solidão...a minha melhor amiga!

Dark kiss

quarta-feira, junho 13, 2007  
Blogger Maria Carvalhosa said...

Excelente catarse, Isabel. Gostei muito da forma como descreves a tua relação com a escrita da Duras e o efeito que ela produziu em ti, a partir do momento em que a descobriste. Eu, que também a amo, como sabes, penso que seria incapaz de descrever, desta ou de qualquer outra forma, o que me liga, de modo umbilical, à sua escrita, aos seus filmes, à mulher inigualável e irrepetível que ela foi.

Beijos Durasianos.

quarta-feira, junho 13, 2007  
Blogger Haddock said...

isabel,
vim cá uma primeira vez, assustei-me e fugi. o pretexto era triste e o texto enorme...
desta vez fiquei e li tudo!!
e não foi em oblíquo... e olha que desisto facilmente.
nunca percebi isso dos "meme" e sou contracorrente(s), mas se foi por isso "isto", estiveste muito bem, mesmo.

a solidão não embala o sono. nunca!

quinta-feira, junho 14, 2007  
Blogger Egrégora said...

a melhor solidão é a acompanhada de nós e das nossas "coisas"
:) ***

quinta-feira, junho 14, 2007  
Blogger Claudia Sousa Dias said...

Gosto muito deste teu texto.

Dela ainda só li "O Amante"


CSd

sexta-feira, junho 15, 2007  
Blogger Marta Ribeiro said...

venho anunciar a abertura do meu espaço...um espaço onde as opiniões sao fundamentais tanto pra mim como para o crescimento do blog...
espero que o visites e que gostes e deixes a tua opiniao...este é um comentario maira para divulgar mas logo logo sera um comentario em relação ao conteudo deste espaço...
serás sempre bem vindo(a).

sábado, junho 16, 2007  
Blogger P said...

Fantástico texto, fantástica surpresa e fantástico acaso este de ter vindo ter aqui! Blog fortíssimo, escrita que não dá espaço à indiferença.

sábado, junho 16, 2007  
Blogger Haddock said...

advertência: não andamos na pedinchice (apesar de adorarmos "esmolas"!!). vem simplesmente a propósito...

isabel,
já viste o filme sobre a duras que anuncio lá no sono? não é um filme brilhante, longe disso, mas quem gosta da duras não devem perder, até porque quem a "representa" é a jeanne moreau.

sábado, junho 16, 2007  
Blogger Terpsichore Diotima (lusitana combatente) said...

Uma coisa é a solidão. Outra coisa é estar-se a sós, connosco próprios.
Confundir as duas coisas faz com que sejamos cruéis para com quem sofre a solidão.
Cumprimentos

domingo, junho 17, 2007  
Blogger Nilson Barcelli said...

Isabel, 16 dias sem escrever nada é obra...! O que te aconteceu? Falta de tempo ou de inspiração?
Bom Domingo, beijinhos.

domingo, junho 17, 2007  
Blogger Maria said...

Passei para reler a tua solidão........
...... que é a solidão de tantos de nós.......

Beijinhos

domingo, junho 17, 2007  
Blogger saudosista do futuro said...

perco-me e volto a deixar-me
perder propositadamente. as palavras.
e eis que elas soam como música nos ouvidos dos caminhos do osso e das viagens sem prazo. volto e revolto
às longas marés da tua "praça".


**

domingo, junho 17, 2007  
Anonymous Anónimo said...

É na solidão que me encontro, que me conheço a cada dia que passa.
Gostei de ler a tua solidão.
Uma abraço cheio de carinho.

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger mafalda said...

Ter a solidão por companhia... por única amiga, em criança. Afeiçoar-se-lhe como alguns idosos fazem (por falta de alternativa). Este texto dá muito que pensar...

Beijinhos.

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Bjinho e boa semana

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger miruii said...

O teu olho já melhorou, como está a tua alma?
Piquei, fui!

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger Pepe Luigi said...

Isabel,
Sublime o teu mode de escrita, a par das sempre deslumbrantes citações de H.Thoreau, Virgílio Ferreira, H.Bosco.
Parabéns por trazeres estes riquíssimos autores à nossa presença.

Bjs
Pepe.

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger miruii said...

Eu sou Miruii... aqule mosquito que atravessa mosquiteiros de rede fina, para depositar um beijo casto nas almas boas...
Olha, tirei ontem umas imagens liiiiiindas com chuva e vou postar m dia destes para ti.... que também sei quanto gostas de vermelho, vermelhão.
Vai aparecendo.
Piquei, fui!

segunda-feira, junho 18, 2007  
Blogger Isabel said...

Como sabem eu não costumo responder a comentários a não ser quando acho mesmo que tem de ser, ou quando me apetece.
Caríssima Therpsichore e. m. psyche, não há aqui nenhum tipo de confusão entre solidão e estar a sós connosco próprios.
Desde que iniciei este espaçozinho que me comprometi a não falar de nada que não conhecesse bem.
Tenho honrado este compromisso e se um dia me der na cabeça não o fazer e me apetecer ser meramente ficcional aviso.
Não estou presa a nada, a escrita não prende, a escrita liberta.
Se continuo a escrever sobre o que conheço e bem é porque quero, apetece-me continuar a escrever soltando aqui o que tenho guardado no fundo.
Conheço bem a solidão. Tenho-a em mim há muitos, muitos anos.
Quem conhece bem a solidão não a confunde com nada.
A solidão não é confundível.
Quem a conhece sabe que essa confusão não é possível de existir.
Mais, quem ama as palavras não as usa assim, confundindo alhos com bugalhos, com essa ligeireza. Quem ama as palavras quando lhes troca, ou altera os sentidos, ou significados fá-lo propositadamente, mas nesse caso não é uma confusão, é uma forma de abordagem... e graças àqueles que tiveram a força de dizer sempre o que pensavam, hoje somos livres de abordar o que quisermos e como quisermos.
A censura já acabou!
Quanto a crueldade, não vejo onde possa existir, pois não tenho dúvida que alguém que como dizem "sofra" de solidão, certamente gostará de encontrar um outro alguém que viva a solidão sem a sofrer.
O normal no ser humano é gostar de encontrar outros com quem tenha pontos em comum e também pontos de divergência, para assim poder existir aquilo a que se chama “partilha”.
Conceito muito falado, nos dias que correm, mas infelizmente ainda pouco praticado.
Viva a diferença!
É do encontro de diferenças que da escuridão se faz luz.
Não julgo que exista nada de cruel na minha escrita, mas se for considerada como tal por alguns esses sim tem a crueldade de não saber viver entre iguais. É que a nossa igualdade é uma igualdade cheia de diferenças. Dentro da nossa igualdade somos todos diferentes e é nesse pedaço em que somos diferentes que reside a nossa riqueza particular. É no respeito por esse pedaço de diferença nos outros que mostramos a nossa tolerância, solidariedade, abertura e amor ao próximo.
Cuidado com as palavras, digo agora eu!
A crueldade é uma palavra demasiado forte para aplicar à diferença. Porque no fundo é disso que se trata, de uma forma de sentir a solidão diferente da que estão habituados a ouvir falar.
Agradeço a partilha e agora foi a minha vez de partilhar.
Obrigada pela visita e os meus melhores cumprimentos.

Isabel

terça-feira, junho 19, 2007  
Blogger Isabel said...

Amigo Nilson Barcelli, estou de facto há muito tempo sem escrever, parece-me uma verdadeira eternidade.
Não é falta de inspiração, é falta de tempo mesmo. O mais banal dos problemas.
Tão mais problemático quanto, no meu caso, a inspiração surge na proporção inversa ao tempo. Ou seja quanto menor é o tempo maior é a inspiração.
Terrível.
Inspiração contida pela banal falta de tempo.

Luto contra isso.
Estou em luta neste preciso momento em que escrevo.

Um abraço, confesso que é bom saber que há quem sinta falta das minhas palavras.

Obrigada Nilson.

Isabel

terça-feira, junho 19, 2007  
Blogger Art&Tal said...

sempre se le um pouco mais

terça-feira, junho 19, 2007  
Blogger sonhadora said...

Do teu post saiu um aroma que acendeu uma estrela no meu coração.
Beijinhos embrulhados em abraços

terça-feira, junho 19, 2007  
Blogger Terpsichore Diotima (lusitana combatente) said...

Olá Isabel
Obrigada pela sua resposta e por ter passado na minha casa!

Não podia estar mais de acordo com a maioria do que disse na sua resposta.

O meu comentário não foi em relação ao que escreveu; foi mais em relação a como o que a Isabel escreveu é facilmente lido ou falado.

Eu quis ajuntar uma ideia, não calar a sua.

Isso não implicou sugestão de que a Isabel não devesse escrever o que escreveu.

Continuo a achar importante o discernimento entre solidão, estar-se só e sentir-mo-nos sós.
Sentir-mo-nos sós por exemplo, pode ser muito genuíno, e, no entanto, nada ter a ver com solidão, sim com outras causas.

Eu disse isto sem qualquer conclusão sobre a genuidade da solidão de que escreveu, ou sobre qual o tipo de sentimento e dor que acima destingui, e qual poderia ser o caso.

Hei-de escrever mais sobre isto no meu outro blog, a ilha dos amores.wordpress.com - um dia...

E sim, acho que somos facilmente cruéis - mas não me referi ao seu poema.

Isto já vai longo - os desejos da continuação de boa escrita, Isabel.

Cumprimentos

quarta-feira, junho 20, 2007  
Blogger Maria said...

Isabel

Deixei uma "batata quente" para ti no meu blog...
... desculpa... farás o que entenderes...

Beijinhos
(ausente?)

quarta-feira, junho 20, 2007  
Blogger Maria said...

Isabel

Vai aqui
http://blogcomtomates.blogspot.com/
e lê a primeira frase a verde, copiando a imagem de lá...

Espero quer consigas

Beijinhos

quarta-feira, junho 20, 2007  
Blogger Brain said...

Isabel,

Não te vou dizer as inúmeras vezes,
Que já aqui vim ler este teu post.

Não te vou dizer,
De como me vejo, revejo e volto sempre a ver,
Na plenitude da descrição deste texto.

Nem te vou dizer,
O como, a cada palavra lida,
A cada linha passada,
A cada frase seguinte,
Crescia em mim,
A familiaridade,
De um estado,
De um estar,
De um sentir.

Não te vou dizer nada disto.

Apenas,
Tão somente e apenas,
Te vou,
Deixar um,

BEIJO!

quinta-feira, julho 05, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Olá Helena!
Liguei no teu Dia de Anos, mas sem sucesso... Estou preocupada!
Enviei também uma mensagem de Anos!
Se puderes liga-me!
Espero que esteja tudo bem!
O Rui manda um Beijo!

Adoro o teu Blogg!!
Continua sempre com a tua Alma Solta e Pura, como só tu sabes Sê-lo!
Eu também tento, nunca perder isso em mim...

Com Carinho e muitaaaasssss Saudades!!

O Rui manda um grande Beijo de Parabéns!!
Carmen

segunda-feira, julho 16, 2007  
Blogger tolilo said...

Adoro histórias, tanto, tanto !

Chuac

Tolilo

quinta-feira, agosto 30, 2007  

Enviar um comentário

<< Home