terça-feira, setembro 18, 2007

AR

É difícil arranjar novas palavras.
É difícil encontrar uma nova linguagem.
É difícil falar numa língua que não conhecemos.
O meu vocabulário sempre foi composto de palavras tristes.
A minha linguagem sempre foi a das pessoas tristes.
A minha língua sempre foi a tristeza.
E agora?
Agora voltei novamente a não saber falar.
Já não habita em mim a tristeza.
Foi-se grande parte .
Partiu.
Ou ficou e parti eu.
Seja como for a minha tristeza e eu separamo-nos.
Já não estamos juntas.
Não sei onde ela anda nem ela sabe de mim.
Voltaremos a encontrar-nos um dia, certamente. Com carinho e alguma saudade até iremos lembrar-nos dos muitos momentos que passamos juntas.
Esses momentos foram uma vida.
Esses momentos foram quase todos os dias destes dias que foram os meus 40 anos.
40 anos cheios de dias.
Dias e dias cheios de tristeza.
E agora?
E agora pergunto-me?
Não estou assustada como estaria outrora.
Também não estou calma.
Estou estupefacta.
Estou em estado de espanto perante o desconhecido.
Estou lentamente buscando novas palavras, aprendendo uma nova linguagem, tentando comunicar numa nova língua.
Estou feliz?
Não!
Mas nasceu em mim esperança de vir a estar.
Não sei como surgiu.
Parece ter vindo do nada.
Veio, chegou, instalou-se sem sequer dizer como se chamava.
Soube o seu nome sem a conhecer.
Isso foi o que mudou.
E isso muda tudo.
Esperança.
Esperança, palavra tão estranha quanto felicidade.
Esperança de ser feliz.
Que coisa é esta que nasceu e vai crescendo em mim e aos poucos?
Que coisa é esta que devagarinho vai tomando conta de tudo o que me era familiar e com igual vagareza me vai unindo a essa desconhecida de seu nome Esperança.
Nada sei dessa tal Esperança.
Nada sei dessa tal Felicidade.
Nem tão pouco sei do que estou a falar quando digo que sinto esperança de ser feliz.
Consigo visualizar algo a que chamo de felicidade presente nos próximos dias dos meus próximos anos.
Consigo visualizar tanto quanto é possível visualizar algo que não se conhece.
De facto não visualizo, imagino.
Imagino e vibro perante o que imagino.
Não preciso que a felicidade me aconteça.
Basta-me alguma paz.
Basta-me algum bem-estar.
Basta-me o fim da inquietação permanente.
Basta-me o fim do sufoco.
Basta-me o fim da asfixia.
Asfixiava-me o ar que vida me deveria dar.
E agora?
E agora?
Agora respiro.
Agora aos poucos respiro.
Vou respirando.
Há momentos em que até respiro fundo.
Respiro fundo e sabe-me bem o ar a entrar nos pulmões.
É estranho!
Tão estranho!
Nunca o ar que me entrou nos meus pulmões me fez sentir bem.
Passou a ser bom respirar.
Tantos anos, tantos dias, tanta desta vida já vivida, tanto deste passado já passado, tanto deste tanto que sou eu e eu? Eu nem respirar ainda sabia.
Para que servia antes o ar?
Que fiz eu todo este tempo?
Aprendi a falar sem saber respirar.
Aprendi a ler sem saber respirar.
Aprendi a escrever sem saber respirar.
Aprendi a gritar sem saber respirar.
Aprendi a amar sem saber respirar.
Aprendi a chorar sem saber respirar.
E de tanto chorar sem ar afoguei-me num choro sem lágrimas que dura há uma vida.
Apenas uma vida.
Só uma.
Não é muito, é uma vida apenas.
Acontece que essa vida é a minha.
A minha vida.
É estranho!
Tão estranho!
Respiro fundo.
Bebo o ar como um refresco fresco em dia de calor, e sabe bem.
É estranho!
Tão estranho!
Quanta esperança pode dar o simples acto de respirar?
Toda.
Toda a esperança do mundo a quem nunca respirou.
Tudo muda.
Tudo mudou.
Respirar, trouxe paz.
A paz trouxe bem-estar.
O bem-estar trouxe um sorriso.
Um sorriso trouxe mais sorrisos.
Sem saber como surgiu a esperança de uma possível felicidade.
Será a felicidade mais que respirar bem?
Viver bem. Viver em paz. Viver sorrindo.
Algo me diz que a felicidade é isso.
Apenas isso.
A mim que nunca fui feliz, algo me sussurra cá dentro que a felicidade é isso.
Apenas isso.
E isso é tanto.
Tão simples e tão difícil.
Quem sabe serei feliz um dia!
Quem sabe.
Não importa.
Basta-me a esperança.
Basta-me respirar.
Inspirar.
Expirar.
Ar que entra.
Ar que sai.
Respirar
Tão simples.
Tão bom.
E eu que não sabia!
Inspirar
Expirar
Respirar é isto.
E é tão bom.

(Isabel)


"Verde esperança"
Fotografia de Arraial d'Ajuda

72 Comments:

Blogger Meg said...

Isabel,
Na minha visita habitual, verifico com alegria o teu regresso, que me deixa muito feliz.
Agora vou ler o teu post, para, a seguir, fazer o meu comentário.
Feliz regresso.
Beijinhos

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger Meg said...

Isabel,
Quanta tristeza nas tuas primeiras palavras! E quase desistência!
Mas afinal estás viva, tu sabes. Este é um hino à Esperança.
Não é difícil, amiga. Às vezes é tão simples, quanto deitar fora as amarras como quem despe um casaco velho, a que nos habituámos de tal maneira que nem reconhecemos o quanto nos incomoda. Porque nos habituámos a andar com ele.
E, de repente, respiramos de alívio e descobrimo-nos livres e confortáveis... aos poucos.
É isso, Isabel. Eu SEI!
Fico feliz por teres contigo a Esperança.

Beijinhos

terça-feira, setembro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Caríssima amiga virtual,

estava eu a passear pela minha cidade (Vitória-ES, Brasil), quando encontrei um cartaz e me lembrei de ti imediatamente. Dizia assim: Vendo casa e chalé num terreno de 360 m2 em Arraial D´Ajuda. Falar com Sandra pelos telefones (+55) 27-3315-1485 ou 73-3575-2633. Quem sabe não é o seu lugar depois do arco-íris? Beijos e paz!

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger Maria said...

Este teu texto é um hino à VIDA, Isabel.
Não sei se felicidade é só isso, mas é preciso RESPIRAR, sim, para se poder ser feliz, ainda que por momentos...
Fiquei com as tuas palavras coladas à minha pele. Todas. Talvez porque esteja, ultimamente, com alguma dificuldade em... respirar...

Abraço-te, forte

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger despertando said...

À medida que te lia a minha alegria aumentava.
Ainda bem que encontraste a tal de esperança, agora juntas irão concerteza serem felizes.
A esperança amiga, é a última a morrer.
Sê feliz.
Beijinho muito grande para ti.
Como sempre, adorei ler-te.

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger Haddock said...

Isabel,

que transparência comovente.
honestidade desistente? passada!!
fico feliz por ti.
e aprendes depressa a conviver com esse novo estado de alma!

tenho de ir ao arrail d'ajuda e rápido!!

abraço!

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger bettips said...

Litania. A da esperança que te vai acontecer. Um fio apenas, um respiro; pensávamos ambas hoje. Uma tia sentada num banco velho de madeira, uma sobrinha a sorrir de esperança. Lá fora, o ruído alegre à tua espera, minha alma! Bj

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger SONY said...

Anda! VIVE! SORRI...RESPIRA e SORRI de novo!
Repiras porque vives,vives porue sorris!
SORRI de novo!
Um beijo gostei muito deste teu post!
Mas não te esqueças nunca de respirar!
Agarra este bouquet fresco!

terça-feira, setembro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Gostei desse respirar

inspira

expira

respira

suspira

e sente o ar entrar

parece que com ele a vida, nesse texto do respirar,

Bonito

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger Pedro Branco said...

Que as palavras sobrevivam. Te sobrevivam nos descaminhos de as procurar. Sem fugir. Que não vale a pena. São sábias as palavras. Muito mais do que nós...

terça-feira, setembro 18, 2007  
Blogger Teté said...

Isabel, nem te vou dizer nada!

40 anos sem um lampejo de felicidade? Não acredito! Pelo menos um sorriso deves ter tido de caminho!

Mas gostei do poema, do desabafo...

Jinhos!

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Vida said...

Amiga, eu sei que te posso chamar assim...olha não li o teu poste, porque estou no Porto, vim trazer o meu rapagão que ficou colocado no Isep, quando regressar vou ter tempo para te ler e te comentar. Foi só para te deixar um grande beijo e te dizer, como me compreendes.

Beijos grandes para vocês!!!

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger AC said...

É interessante ir "anotando" as motivações do autor ao longo do texto.

Nitidamente um texto de busca, de confissões na folha virtual para definições na folha da palma da mão.

Gostei bastante.
Adoro em particular o conceito de "já não estar junto com a tristeza", e perturba-me o final "resignado" mas pragmatico.

Beijo

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Isabel said...

Achei que deveria explicar aos meus leitores qual foi a intenção e motivação deste texto. Achei que deveria fazê-lo na sequência de um comentário que me alertou para uma interpretação diferente do sentimento e intenção real.
Este não é um texto de resignação.
Este é, pelo contrário, um texto de mudança.
De mudança para um estado de esperança no futuro.
Quando digo que não me importa se serei feliz ou não essa é a verdade.
Mas essa verdade não corresponde a um estado de resignação.
Tudo hei-de fazer para que ser realmente feliz um dia, principalmente agora que a esperança tomou o lugar da tristeza.
O facto de não me importar significa apenas que de momento gozo a novidade de apreciar este sentimento de esperança em ser feliz que desconhecia, junto com o prazer de respirar bem fundo e sentir o prazer que a simplicidade de respirar bem pode dar.
Como digo no texto já vivi muito.
Já vivi bom e mau mas até nos bons momentos senti sempre a presença de uma tristeza permanentemente à espreita. Agora que ela se foi e esse vazio deixou entrar o ar, sinto que está no momento de apreciar simplesmente.
Voltarei à luta sem qualquer resignação... lutarei também com as novas palavras e partilharei aqui as várias batalhas que for travando.
Agora partilho este meu abrir os braços, este meu olhar sobre o verde esperança, este ar que pela primeira vez respiro.

Isabel

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Rui said...

São os pulmões repletos de ar fresco. Vida.

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger The Perfect Stranger said...

Isabel
estou sem palavras
o black angel também se comove...
parabéns
é lindíssimo...

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Paulo said...

Há, FELIZMENTE, palavras universais...que "obrigam" a um entendimento também ele universal.
Por vezes são inuteis as palavras quando o deslumbramento é maior...

Gostei de passar por aqui.

Paulo

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Maria said...

Vejo que algo mudou. Deixaste entrar a esperança. Permitiste que ela ocupasse um pouco o lugar da tristeza, e isso é um passo de gigante.
Beijo grande

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Brain said...

Tocado pela mudança de tónica do discurso,
Tocado pela beleza das palavras simples,
Tocado pelo conteúdo humano das palavras,

Tocado,
No fundo,
Por ti!

Beijo Isabel
E que encontres essa Felicidade,
Nem que seja apenas,
Na pureza do ar!

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger paginadora said...

Isabel
Tocou-me muito este teu post. Não conheço este teu cantinho, mas espero vir a conhecê-lo bem. Farei outras visitas e sempre que possível deixarei aqui algumas palavras.
Começaste por falar de tristeza e acabas a falar em felicidade e em esperança. É isso mesmo!
Por mais dura que seja a vida, por mais difícil que seja a caminhada, não nos podemos ir abaixo.NUNCA!!! Podemos parar um pouco, inspirar e expirar o ar que nos rodeia, que nos dá um novo fôlego, para retomar a viagem, de ombros bem direitos, com muita coragem e muita teimosia. Aí, caminhamos em frente, de olhos postos no horizonte ... com muita esperança no dia de amanhã que com toda a certeza nascerá radiante e nos aquecerá os corações.
Um abraço

quarta-feira, setembro 19, 2007  
Blogger Alexandre said...

«Não preciso que a felicidade me aconteça.
Basta-me alguma paz.
Basta-me algum bem-estar.
Basta-me o fim da inquietação permanente.
Basta-me o fim do sufoco.
Basta-me o fim da asfixia.»

Concordo com todo o teu texto e não posso deixar de desejar apenas alguma paz, algum bem-estar, o fim da asfixia...

Gostei da tua análise introspectiva, todos o deveríamos fazer de vez em quando - pena não pararmos para pensar, parece que desejamos que tudo corra depressa para nem sequer pararmos... porque não temos coragem de pensar!!!

Muitos beijinhos!!!

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger AC said...

Isto ha com cada leitor com a alma tão cheia de cicatrizes, que por defeito acinzenta alterações e vazios, mesmo que esses vazios sejam de uma tristeza felizmente não perpetua...

Beijo muito contente pelo lastro que conseguiste soltar dos pulmões, espero que este sim, seja perpetuo.

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger Espaços abertos.. said...

Basta um simples passo para sentires a esperança e conforto da vida.
BjsZita

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger Rocha de Sousa said...

Isabel,
E então essa ausência deve-se a quê? Estive a ler o teu poema de
grande voluntariedade, pronto para
dizer em os alta, como eram os do
Ary.
Gosto de uma poesia com menos exteriodade, mais contida por dentro, mas admiro muito os poetas
que escrevem como se as ideias não
tivessem hiatos de paragem.
Bem bom e bem admirada.
Um beijo
Rocha de Sousa

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Anonymous Anónimo said...

vesti completamente a pele deste teu texto. Vim ter a este cantinho por acaso e deparo-me comum relato de sensações que tão bem conheço!!!!
Devorei as palavras, como se fizessem parte daquilo que eu sinto, até o timming dessa transformação!
Na verdade há uma tristeza que me acompanha como um manto de nevoeiro e mesmo nos momentos de grande alegria ela aparece à espreita, causando um desassossego que nem sempre é desagradável.
Vou aparecendo por aqui em busca de novas palavras.
Carla

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger Haddock said...

...
também nunca te associei a resignação, isabel.

mas há ímpetos de desistência que atacam os mais fortes.

abraço!

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger jawaa said...

Deixa-te mergulhar nesse espanto.
Esse espanto é a felicidade.
É a tua, quando respiras, quando sentes, quando amas tudo à tua volta, quando te espantas.
A felicidade está dentro de ti. Não tenhas medo nem a procures noutro lado. Entrega-te.
Um abraço amigo

quinta-feira, setembro 20, 2007  
Blogger saudosista do futuro said...

inspiro. sustenho tudo
e vou também mais rico
para os meus desvíos.



inspiro, melhor:
INSPIRAS-ME.


__________________________

é bom reVoltar.


(abraço)

sexta-feira, setembro 21, 2007  
Blogger Frioleiras said...

Olá, olá, olá !

ADOREI ... O TEU PRESENTE !...

Afinal, parece que não fiz fissura no sacro.... "tive" de ir a um ortopedista particular que, depois de eu ter feito um tac,concluiu q afinal o q parecia fissura era qlq coisa de congénito ...

Resumindo: Embora extremamente dorida e com pontos na cabeça... penso na próxima 2a feira retomar as minhas actividades habituais !

As angústias por que passei, a visão da solidão e da imobilidade , aliado ao que vi nos 2 hospitais por onde me internaram/transferiram ... doi-me imenso...
doeu-me fisica e espiritualmente...

Estamos inseridos numa sociedade atroz ... cada vez mais atroz, e egoista e nós próprios , confrontados com a precaridade da nossa existência... mais egoistas e afundados no dia a dia, sem olharmos à volta nem ter projectos sociais ou solidários para com os outros...

anyway,

voltei ao dia a dia, com a boca mais amarga e sentindo-me que me escondo, sempre,
sempre,
nas futilidades que escolhi...

Bjs a tds

Frioleiras

sexta-feira, setembro 21, 2007  
Blogger Manuel Veiga said...

"bon "soir", tristesse!...!

agradeço a vista. e o amável comentário.

gostei do poema.

sexta-feira, setembro 21, 2007  
Blogger Odele Souza said...

Isabel,
Que gostosa essa de Arraial d'Ajuda.

Teu texto, é lindo, tocante e triste. Mas a tristeza, sabemos, é matéria prima dos poetas.
PS.
Obrigada pelas palavras carinhosas deixadas para Flavia.Seu recado, eu o disse ao ouvido dela: "Isabel, mandou dizer que a vida te está a chamar....."

sábado, setembro 22, 2007  
Blogger ap said...

..........

uma bela historia de vida
suportada por uma bela paisagem

40 anos são de facto uma Universiade da vida, pela autora bem aprendida.

um relato pleno de lucidez e convicção

que, eu gostei muito de ler!
...............................

Beijo

sábado, setembro 22, 2007  
Blogger un dress said...

isabel...basta respirAR....:)

aí vai, do Manuel António Pina...


:



As coisas melhores são feitas no ar,
andar nas nuvens, devanear,
voar, sonhar, falar no ar,
fazer castelos no ar
e ir lá dentro morar,
ou então estar em qualquer sítio só a estar,
a respiração a respirar,
o coração a pulsar,
o sangue a sangrar,
a imaginação a imaginar,
os olhos a olhar
(embora sem ver),
e ficar muito quietinho a ser,
os tecidos a tecer,
os cabelos a crescer.
E isto tudo a saber
Que isto tudo está a acontecer!
As coisas melhores são de ar
Só é preciso abrir os olhos e olhar,
Basta respirar.(Pina, 1983)



hope you like it...!! :))))

sábado, setembro 22, 2007  
Blogger Meg said...

Relendo, tento alcançar o teu sentir de esperança. E respiro também. Tenho de respirar.
Algo me fez voltar a este teu texto. Sem medo.

Beijinhos e um bom fim de semana

sábado, setembro 22, 2007  
Blogger António Melenas said...

Olá Isabel
Coloquei aqui um comentário que não aparece. Querem ver que a Isabel me censurou, pensei. Pensei nada estou a brincar. Lembrei-me de procurar no "post" anterior e lá o fui encontrar.. Coisas da PDI!!!
Ora, como ele é aqui pertence, copiei-o para aqui:

É isso mesmo, Isabel. O prazer de respirar. Não como um acto mecânico, instintivo, animal. Respirar porque se quer, como um acto assumido, como preito à capacidade que nos é dada de o fazer. Se respirar é vida, pois que se aprecie esse dom que faz de cada um de nós um ser único e irrepetível como única e irrepetível é a vida que nos é dada. Em relação a cada um de nós nada há para além dela. Nem antes, nem depois. Desta realidade nos esquecemos na voragem dos dias, no carreirismo, na ambição desenfreada, na persecução do ter, na estudada elaboração do parecer, esquecendo-nos que o único bem que interessa preservar, porque outro maior não há, é a VIDA. Daí a tua alegria, por teres finalmente tomado consciência desta realidade. E o caso não é para menos. Como eu te compreendo!
Só que tu o dizes de uma forma apaixonada e apaixonante neste teu belíssimo texto. Mágico, como sempre.
Um carinhoso abraço, por essa alegria

sábado, setembro 22, 2007  
Blogger by the way... said...

pois... a.p.

mudou de rumo

arranjou uma linguagem mais simples

rica

domingo, setembro 23, 2007  
Blogger vida de vidro said...

Gostei tanto, Isabel! Como sempre uma escrita que sai de dentro, vivida, sofrida. Mas a deixar entrar o ar. Fundamental. Respirar. E esperar ( de ter esperança)**

domingo, setembro 23, 2007  
Blogger Elsa Sequeira said...

Linda!!!!

Fixo felizzzzzz que a tristeza tenha ido embora!! Que bom! rodopio de alegria!!!!


bejits

domingo, setembro 23, 2007  
Blogger Fernando Pinto said...

A vida é um autêntico respirar!

Gostei do texto e dos teus sorrisos...

Abraço

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger Mig said...

Ar que entra... Ar que sai...

E a única resignação latente é a da inevitável rendição à esperança.

É esse o descanso inquieto...

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger Zorze Zorzinelis said...

Bem... foi um post sentido ;) Gostei, também *

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger jorge esteves said...

E agora?
...
Agora o poema é cesta de Outono com toda a uva que a Natureza esmerou, é som de aragem tardia ou poalha da matina. É. Mas antes disso é (minha) penitência por só agora engrandecer o gesto e a palavra ( ver o meu escrito '(pel)os cornos da tradição') de quem se assume, assumindo liberdade, frontalidade, sabedoria e tolerância. Agradeço-lhe com todo o prazer de a ter como visita dos meus pequenos dizeres. Obrigado!
Abraço!

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Tens a minha idade, dizes que já viveste muito.

Para mim é pelo menos a metade.

Esta metade, tenho vantagens,

-Posso me lembrar de todos os momentos que passar.
-Posso passá-los melhor, porque tenho mais experiência de vida de quando nasci.

Está nas minhas mãos.

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger tolilo said...

Ar !
Adoro ar, signos do ar

ar cheira-me a

balões

(rosa de preferencia)

a liberdade,
a respirar
a alegria
a rosa !

Chuac!_

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger Leonor said...

Isabel,

Coisa mais linda de se ler ...

segunda-feira, setembro 24, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

what if I was gay?


Coelhinho

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Isabel said...

Não entendi o significado do comentário anterior.
Por não ter entendido e por achar que os meus leitores e pessoas que me comentam também não iriam entender decidi visitar a D. Maria e o coelhinho para saber de que se tratava.
Percebi que o comentário mais não é que um excerto do último post desse blog.
Achei necessário dar aqui essa explicação por considerar que comentar assim é adulterar todo o propósito da existência de comentários.
Quando se lê um texto devia-se comentar esse texto e não aproveitar para publicitar outro.
Desculpem os autores do comentário mas não me parece correcto.
O que me parece mais provável é que nem tenham sequer lido o texto no qual colocaram o comentário.
Aqui não estamos em eleições nem em angariação de votos ou leitores.
Qualquer texto deve ser respeitado e isto é não me respeitar a mim que o escrevi e não respeitar os meus leitores que além de lerem os textos me comentam verdadeiramente lêem também os comentários de outros leitores.
Nunca comentei um texto que não tivesse lido.
Nunca comentei um texto senão com o propósito de deixar a minha opinião, o meu parecer, a minha análise e até o meu sentir em relação a esse mesmo texto.
Assim deve ser, acredito.
Assim se respeita o seu autor.
Gostaria que ficasse claro que comentar tem um significado distinto de publicitar.
Comentar segundo o dicionário significa:
explicar;
interpretar;
explanar;
esclarecer;
fazer comentário a;
criticar;
analisar;
anotar.
Comentário vem do latim commentariu e significa:
série de notas explicativas de qualquer obra literária ou científica;
crítica;
explicação;
esclarecimento;
análise;
observação de carácter irónico ou mordaz;

Não me parece que tenha sido isso que aqui foi feito logo foi alterado todo o sentido da existência de comentários eles existem para possibilitar um interacção entre escritor e leitor.
Por respeito às palavras...
Por respeito à escrita...
Por respeito a quem escreve e a quem lê... gostaria que este tipo de coisas deixasse de acontecer.

Obrigado a todos.

Isabel

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Alberto Oliveira said...

... e agora? Ora, mulher! Agora é o tempo presente, o tempo da esperança, o tempo até (e vais ver que não é difícil, é tudo uma questão de treino) de sorrires à vida que te rodeia. A atmosfera pode estar rarafeita, mas do nosso respirar (ainda) decidimos nós. Aproveita.

abraço e sorrisos.

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Zorze Zorzinelis said...

D. Maria e o Coelhinho:

De facto, estiveste muito mal. Se gostas de SPAM, eu posso reencaminhar-te umas boas centenas de mails que tenho no meu email!

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Haddock said...

isabel,
a d. maria e o coelhinho são dois palhaços inofensivos, mas que precisam de uma ensinadela. o zorze já lá foi pôr tudo em pratos limpos.
estiveste muito bem!
isto de entrar na loja para deixar panfleto publicitário está a tornar-se moda...
eu só aturo estes porque lhes acho piada, mas precisam aprender a comportar-se!!!

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Phazel said...

Obrigado pelo seu comentario e pelo conselho.
Vejo que ao contrario de mim encontrou uma esperança, espero encontra la tambem um dia entre os meus sonhos.

Abraços

Helena

terça-feira, setembro 25, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Minha amiga...
Como comentário só posso dizer... faz o favor ao mundo de não deixares de escrever, a tua clarividência de análise é fantástica, parabéns.

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Unknown said...

Um dia dei conigo a sentir como respirava:
se levantava os ombros...
se usava o diafragma...
se lentamente...
se...
se...

Nem sei porque te revelo isto...
Ah! O resultado?
Senti-me muito bem!

Um beijo.

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger Isamar said...

Fiquei feliz com o teu regresso.As tuas palavras foram mais uma lufada de ar fresco no meu blog.Senti a tua ausência.A ausência destas palavras que me absorvem completamente sempre que as leio.
Beijinhos

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger as velas ardem ate ao fim said...

E agora??Agora ainda respiro.

Levanto me do chão, olho o ceu e caminho.

Sim respiro.

bjinhos Isabel

terça-feira, setembro 25, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

Isabel, isto que aqui escreveste é muito bonito. Comoveu-me. Mas fiquei indeciso. Eu explico: como no meu blog o que escrevo é ficção, ao ler as tuas palavras, e isso já me tem acontecido noutros blogs, fico indeciso, não sei se isto são os sentimentos de quem está a escrever ou se é somente ficção, como que a entrar noutra pessoa.
Mas, se é mesmo contigo, ´ter esperança já é muito bom.
Beijinho.


Coelhinho

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

Olha, esqueci-me, vai por favor à minha casa. Explico lá aquilo do SPAM.

Coelhinho

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Blogger Elvira Carvalho said...

Vim agradecer a sua visita lá no meu cantinho, e conhecer um bocadinho do seu.
E deparei-me com um texto complexo difícil de comentar por mim. E digo difícil porque o texto mt. bonito na minha opinião, é uma amalgama de sentimentos contraditórios, onde a esperança, de uma possível felicidade, se tenta sobrepôr a uma certeza, dum passado aprisionado no sofrimento.
Ora como eu não conheço a Isabel, nem pessoal, nem virtualmente, já que este é o nosso primeiro contacto, eu não sei se este texto, é um belo exercício de imaginação, acompanhado de um grande talento para a escrita, ou se pelo contrário é algo que mexe com os seus sentimentos, com algo que conviveu com o seu dia a dia.
Assim sendo fica difícil.
Um abraço

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Blogger Unnamed_world said...

Adorei o seu blog :)

Passe tambem no meu e comente !

*

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Blogger Meg said...

Isabel, ne expectativa de mais um texto teu, cá voltei. Alem de reler o teu estado-de-alma, estive a ler também tudo o que por aqui se tem dito...
Coisas curiosas.
Continuarei a passar, Isabel.

Beijinhos

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Blogger Ruela said...

Às vezes tudo que eu necessito é o ar que respiro.
Excelente ;)
Entendo palavra por palavra.
bjs.

quarta-feira, setembro 26, 2007  
Anonymous Anónimo said...

...
independentemente da qualidade do seu texto, da explanação das suas inquietudes e de uma promissora esperança, gostaria de lhe fazer uma pergunta que pode parecer descabida, mas que para mim faz sentido. acima de tudo porque tenho uma determinada assunção sobre a questão dos blogues, do que se escreve neles e do que se comenta neles. de maneira nenhuma deverão ser completamente disparatados ou descabidos. ambos, tanto os textos como os comentários, terão de ter algo mais para além da inócua palermice, da boçalidade transvestida ou, como refere, da gabarolice despropositada.
mas vem esta conversa a propósito de uma reprimenda que levei, noutro blog, sobre uma leviandade por mim cometida num comentário que fiz.
a questão que lhe quero colocar é simples e visa dar voz à minha inquietação que, entretanto, me esforcei por esclarecer no blog em questão.
de qualquer forma, a reprimenda foi dada por uma "isabel" sem outra identificação, mas que eu, eventualmente com alguma ingenuidade, identifico consigo...
aquela pequena troca de mimos aconteceu num blog de uma amiga que estimo e prezo, e foi acerca de um jovem trovador de coimbra, inquietante...
será que me pode esclarecer se foi a isabel que me deu "aquela" bofetada de luva branca?...

caso toda esta conversa se revista de infundadas dúvidas, quero desde já apresentar o meu pedido de desculpas por lhe ocupar o seu tempo e o seu espaço…

apenas um esclarecimento: - sou anónimo aqui porque é assim que, por lá, no blog em questão, sou conhecido e por vezes estimado. Sou anónimo para todos os fregueses que por lá passam, mas não sou anónimo da dona do andor…

um abraço.

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger Isabel said...

Caro amigo anónimo, não sou a Isabel que lhe deu a reprimenda, ou bofetada de luva branca como lhe queira chamar.
Desde que criei este espaço todos os meus comentários além de perfeitamente identificados, permitem acesso directo ao meu blog, de forma que se tivesse sido eu a fazer tal comentário logo na altura teria acedido directamente aqui ao meu estaminé.
Gostei no entanto da sua visita, gostaria apenas que não se tivesse apresentado como anónimo aqui pois uma vez que não conheço o espaço de que fala para mim continua a ser apenas anónimo.
Espero um dia receber a sua visita apenas pela visita e de forma identificada.

Até breve

Isabel

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

AINDA NO
AR,
ISABEL !

DESCE HÁ TERRA E FICA COM O COELHINHO QUE ME APARECEU NA ANTÓNIO ENES.
JÁ TENHO COELHINHOS A MAIS.
AGARRAS NELE E COLOCAO NESSE TEU PRADO VERDE (QUE ESTÁ POR BAIXO DO AR)

BJOCAS

D MARIA

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger Isabel said...

Oh d. Maria isto tá bom aqui em cima e não me apetece nada descer à terra.

Cada vez que desco dão por mim e lembram-se logo de me por a trabalhar.
E logo eu que não gosto nada de trabalhar.

Mas enquanto eu desco e não desco podes soltar o coelhinho no prado aqui por baixo.

Ele que tenha cuidado com as aves de rapina.
Há muitas por aqui, D. maria.

Beijinhos

Isabel

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger saudosista do futuro said...

apenas uma vida.


(????)



digo: todas as vidas.



____________________

protentosa a tua escrita!!!!

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger Nilson Barcelli said...

Já tinha lido há dias mas acho que me esqueci de comentar...
Voltei a ler e continuei a gostar, tal como da primeira vez.
Este teu texto é impressionante. Tu respiras, mas eu fiquem sem ar pelo ritmo que impões às palavras...
Felicidade... pois... mas é para isso que estamos aqui, não é?
Beijinhos.

quinta-feira, setembro 27, 2007  
Blogger Rui said...

O que parece difícil ao inicio, afinal não é.

sexta-feira, setembro 28, 2007  
Blogger Pepe Luigi said...

Gostei imenso destes seus escritos.
Quanto a mim não há qualquer vislumbre de triteza, mas sim de melancolia e nostalgia. Sobretudo existe um apelo à esperança.

sexta-feira, setembro 28, 2007  
Anonymous Anónimo said...

...
queria apenas agradecer a franqueza da sua resposta! obrigado por o ter feito.
vou com certeza continuar a procurar a outra "isabel", apenas para tentar que os meus esclarecimentos sejam de alguma forma, ouvidos e compreendidos.

quanto à minha presença por aqui, a visita pela visita, já faz tempo que ela é relativamente assídua, sempre profícua e não é, de todo, turística.
os comentários, esses, guardo-os para mim...

um abraço

sábado, setembro 29, 2007  
Blogger eduardo jai said...

:)

quarta-feira, novembro 07, 2007  

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