Começar de novo
Carlos
O cigarro mata, o chá aconchega a morte e a poesia faz o morto renascer.
Hoje o entardecer era diferente.
Este cigarro matava-o mais do que todos os outros cigarros que fumara.
Não bebeu chá, chá nenhum o aconchegaria hoje. Nenhum chá lhe dará aconchego nem à morte nem à vida.
E a poesia? Perdoai-me o poeta, mas hoje, hoje, nem a poesia fará o morto renascer.
Nenhum dos mortos.
Nem o morto que ele se sente. Nem o outro. O morto que ele matou.
Hoje o entardecer é em tudo diferente.
É o entardecer de um assassino que cometeu o seu primeiro assassinato.
De um assassino que matou mas tem duvidas se é um assassino.
De uma assassino que matou e fugiu.
Não sabe de quê?
Do morto.
Do julgamento dos vivos.
Do seu próprio julgamento.
De si mesmo.
Será que não fugiu?
Que partiu apenas?
Partiu para longe do passado.
Hoje o entardecer era diferente.
Este cigarro matava-o mais do que todos os outros cigarros que fumara.
Não bebeu chá, chá nenhum o aconchegaria hoje. Nenhum chá lhe dará aconchego nem à morte nem à vida.
E a poesia? Perdoai-me o poeta, mas hoje, hoje, nem a poesia fará o morto renascer.
Nenhum dos mortos.
Nem o morto que ele se sente. Nem o outro. O morto que ele matou.
Hoje o entardecer é em tudo diferente.
É o entardecer de um assassino que cometeu o seu primeiro assassinato.
De um assassino que matou mas tem duvidas se é um assassino.
De uma assassino que matou e fugiu.
Não sabe de quê?
Do morto.
Do julgamento dos vivos.
Do seu próprio julgamento.
De si mesmo.
Será que não fugiu?
Que partiu apenas?
Partiu para longe do passado.
Partiu para num presente em que o futuro não se avista.
Partiu para um presente sem procura de futuro, sem sequer vontade de o encontrar.
Dizem que por vezes temos de perder-nos de nós mesmos para depois nos encontrarmos.
Era assim que se sentia, perdido. Totalmente perdido.
Chegou a fugir.
Dizem que por vezes temos de perder-nos de nós mesmos para depois nos encontrarmos.
Era assim que se sentia, perdido. Totalmente perdido.
Chegou a fugir.
Chegou a partir apenas.
Chegou a entrar na estrada.
Chegou a deixar o negro do alcatrão invadir-lhe a mente já ocupada de negros pensamentos.
Chegou a deixar as paisagens, as coisas e os sítios passarem-lhe à direita e à esquerda das fontes, velozes e invisíveis como o vento.
À frente apenas negro. Negro salpicado de riscas brancas. Aliviavam-lhe o espírito aqueles traços brancos por entre a negrura do alcatrão. Pareciam prégar-lhe que mesmo na mais densa escuridão é possível um rasgo de claridade.
Chegou a fazer horas de estrada.
Depois voltou para trás.
Regressou à cidade sem saber porquê.
Conduziu quase um dia inteiro, entre o ir sem saber para onde e o regressar sem saber para quê ou porquê.
Conduziu com uma única coisa no pensamento.
Áli. Áli o seu amor não amado. Áli o seu amante. Áli o homem que ele matara.
Como tinha aquele amor em que tanto acreditara chegado ali, à morte de Áli?
Teria sido demasiada a paixão? Pode a paixão ser demasiada?
Carlos sempre achou o contrário, que a paixão não é nunca suficiente.
Era sôfrego.
Insatisfeito.
Sonhador.
Insistente.
Maçador.
Massacrante.
Aborrecido.
Entediante.
Desesperante.
Sim Carlos era maçador e aborrecido, era massacrantemente entediante.
Desesperantemente cansativo.
Sempre sedento.
Sempre pedindo, implorando, exigindo mais, e mais, e mais, e mais, e mais!
Nada bastava. Nada nunca era tudo. E Carlos queria sempre tudo.
Perguntavam-lhe o que era tudo e Carlos enumerava ponto por ponto, detalhe a detalhe, tudo o que lhe faltava para completar o seu tudo.
Chegou a entrar na estrada.
Chegou a deixar o negro do alcatrão invadir-lhe a mente já ocupada de negros pensamentos.
Chegou a deixar as paisagens, as coisas e os sítios passarem-lhe à direita e à esquerda das fontes, velozes e invisíveis como o vento.
À frente apenas negro. Negro salpicado de riscas brancas. Aliviavam-lhe o espírito aqueles traços brancos por entre a negrura do alcatrão. Pareciam prégar-lhe que mesmo na mais densa escuridão é possível um rasgo de claridade.
Chegou a fazer horas de estrada.
Depois voltou para trás.
Regressou à cidade sem saber porquê.
Conduziu quase um dia inteiro, entre o ir sem saber para onde e o regressar sem saber para quê ou porquê.
Conduziu com uma única coisa no pensamento.
Áli. Áli o seu amor não amado. Áli o seu amante. Áli o homem que ele matara.
Como tinha aquele amor em que tanto acreditara chegado ali, à morte de Áli?
Teria sido demasiada a paixão? Pode a paixão ser demasiada?
Carlos sempre achou o contrário, que a paixão não é nunca suficiente.
Era sôfrego.
Insatisfeito.
Sonhador.
Insistente.
Maçador.
Massacrante.
Aborrecido.
Entediante.
Desesperante.
Sim Carlos era maçador e aborrecido, era massacrantemente entediante.
Desesperantemente cansativo.
Sempre sedento.
Sempre pedindo, implorando, exigindo mais, e mais, e mais, e mais, e mais!
Nada bastava. Nada nunca era tudo. E Carlos queria sempre tudo.
Perguntavam-lhe o que era tudo e Carlos enumerava ponto por ponto, detalhe a detalhe, tudo o que lhe faltava para completar o seu tudo.
Explicava que enquanto não tivesse esse tudo sentia como se não tivesse nada e portanto estaria infeliz e insatisfeito.
Garantia que quando tivesse tudo acabariam as constantes exigências e seria só felicidade, alegria e paz.
Criava nos outros uma tal necessidade de paz, que acabava por os vencer pelo cansaço.
Ganhava o que queria fazendo do cansaço uma vitória.
Quando tinha tudo, subitamente mudava o conceito de tudo, alargando-o.
Criava nos outros uma tal necessidade de paz, que acabava por os vencer pelo cansaço.
Ganhava o que queria fazendo do cansaço uma vitória.
Quando tinha tudo, subitamente mudava o conceito de tudo, alargando-o.
Alargava, alargava, puxava, puxava, esticava, esticava.
Alargava os seus conceitos que mais não eram que as suas vontades, comprimindo os conceitos e as vontades dos outros.
Alargava-se comprimindo.
Esticava demasiado a corda, e sabia-o. Não conseguia evitar. Era mais forte que ele.
Olhava os olhos que um dia o tinham olhado ardentes, queimando no fogo do desejo, e via um olhar moído por esse cansaço que a permanente moínha traz.
Sentia nas mãos que um dia lhe tinham rasgado a pele possuídas pela vontade de o possuir, umas mãos inertes por esse tédio que a longa inércia provoca.
Observava, os corpos descaírem dobrados sobre si mesmos entregues à exaustão dos corpos exaustos de corpos, em vez de caírem sobre ele entregues à loucura a que os corpos se entregam quando o medo de se sentirem abandonados os faz gastar toda a coragem para se entregarem.
Carlos via, sentia, observava, tomava consciência e nada fazia.
Deixava que aquele pesado cansaço do outro por ele se fosse tornando cada vez mais pesado e como se de um suicídio ou de um crime se tratasse. Ele mesmo que dava o empurrão final para que aquela relação caísse num poço sem nada. Um poço sem fundo, sem água, sem paredes, sem estrutura, sem sequer profundidade para poço se chamar.
Não sabia porque o fazia.
E fazia-o sistematicamente.
Fazia-o inevitávelmente, consciente da inevitabilidade de o fazer.
Era como uma cadeia de empurrões, como se algo invisível e desconhecido o empurrasse a ele, e o empurrão que ele dava mais não fosse do que uma mera consequência do empurrão invisível que recebera.
Não sabia se era o medo de ter pena de si mesmo.
Se era o medo de não saber continuar a admirar-se depois da rejeição.
Se era o vício na sensação de poder proveniente de ser ele, e só ele, a pôr o derradeiro ponto final.
A sensação de poder, de controlo era poderosa, invadia-o um prazer tão intenso, tão sublime, tão profundo que se alastrava em espasmos por todo o seu ser como um polvo de mil tentáculos espalhando orgasmos na sua mente, na sua vaidade, na sua inteligência, no seu orgulho, nas suas verdades, nas suas mentiras, nos seus mais secretos segredos, nas suas mais fantasiosas fantasias, e principalmente no seu auto destrutivo ego que por momentos nada mais era de que um ego inchado gemendo de prazer.
Os pontos finais que Carlos punha não passavam de pontos finais.
Pontos finais naquilo que já finalizado estava.
Como aquelas frases cansativas, sem ânsias, sem promessas, sem nada para dar, nem nada para roubar e que no entanto se alongam e prolongam no tempo, que permanecem no espaço que ocupam, que já não nos lembramos como começaram, que nada nos deixaram nem na alma, nem na memória, nem no pensamento, nem sequer ao de leve nos tocaram a pele, frases que parecem não terminar nunca e que no entanto desde o inicio nada delas é esperado, são frases já terminadas na essência e que apenas a teimosia ou mais puro dos amores, o amor pelas próprias palavras enquanto tal, faz com que algum dia tenham existido e que seja tão, tão difícil finalizá-las. Finalizam-se assim. Com um doente e dorido ponto final.
Desta vez o ponto final de Carlos tinha sido mais final que todos os seus outros pontos finais.
Há o ponto final, na mesma linha.
Há o ponto final, mudar de linha.
Há o ponto final terminar frase.
Há o ponto final terminar capitulo.
Há o ponto final terminar livro.
Este foi o ponto final terminar uma vida.
Este foi o ponto final mudar outra vida.
Matar Áli.
Mudar a vida de Carlos.
Matara Áli.
E a sua vida mudara.
Agora ali estava. O carro parado em frente ao rio.
Ele parado, sentado dentro do carro. Perdido no espaço, no tempo e nos seus pensamentos.
O dia estava de partida.
Ele pensava que deveria partir também, mas deixava-se ali ficar.
Olhando o rio.
Como era bela aquela hora!
Gostava de amanheceres e de entardeceres, horas em que os tempos se cruzavam, se admiram, se anseiam e se desejam sem nunca, nunca se tocarem. Roçam-se levemente apenas, e porque esse roçar não lhes basta viverão eternamente na ânsia um do outro.
Era o que ele e Áli deviam ter feito, cruzarem-se, admirarem-se, desejarem-se, mas nunca, nunca se tocarem. Se não se tivessem tocado Áli estaria vivo.
Recordou a sua beleza.
Como ele era belo!
Quis, assim que o viu, agarrá-lo, tocá-lo, torná-lo seu.
Perguntou mais uma vez a si próprio se o amara.
Pela milésima vez desde que o matara.
Sabia a resposta.
Não, não amara Áli. Nunca o amara.
Queria responder que sim.
Queria poder responder que o amara tão perdidamente que fora perdido de amor que o matara.
Mas não.
Podia fazer a pergunta a si próprio mais mil vezes e a resposta seria sempre, não.
Tinha-o querido muito. Muito.
Mas ama-lo, não.
Amar é mais, muito mais.
Amar é diferente, muito diferente.
Não amara nunca, nem a Áli nem a ninguém.
Amar é permanecer.
Amar é ir conhecendo o desconhecido, ir descobrindo o que está coberto, ir desbravando o que está por desbravar.
Amar é ir encontrando os segredos, desvendando os mistérios, solucionando os enigmas.
Amar é entrar no labirinto do ser do ser amado e nele caminhar todos os caminhos, contornar todos os contornos, revolver todas as voltas, passear por todos os passos, virar todas as viragens.
Saber a saída e não querer sair.
Amar é adivinhar todas as novidades até novidades já não haver.
Amar é tudo isto e por tudo isto ou apesar disto tudo, permanecer.
Amar é permanecer.
Carlos não permaneceu.
Áli não ia permanecer.
Áli permanecerá morto.
Carlos permanece ali, olhando o rio.
A noite tenta em vão beijar o dia.
Vai abrindo as suas asas negras, tapando o laranja que resiste em partir.
Noite e dia tentam em vão abraçar-se.
Carlos, parado e só tenta em vão perdoar-se.
Isabel
(continua)
Alargava os seus conceitos que mais não eram que as suas vontades, comprimindo os conceitos e as vontades dos outros.
Alargava-se comprimindo.
Esticava demasiado a corda, e sabia-o. Não conseguia evitar. Era mais forte que ele.
Olhava os olhos que um dia o tinham olhado ardentes, queimando no fogo do desejo, e via um olhar moído por esse cansaço que a permanente moínha traz.
Sentia nas mãos que um dia lhe tinham rasgado a pele possuídas pela vontade de o possuir, umas mãos inertes por esse tédio que a longa inércia provoca.
Observava, os corpos descaírem dobrados sobre si mesmos entregues à exaustão dos corpos exaustos de corpos, em vez de caírem sobre ele entregues à loucura a que os corpos se entregam quando o medo de se sentirem abandonados os faz gastar toda a coragem para se entregarem.
Carlos via, sentia, observava, tomava consciência e nada fazia.
Deixava que aquele pesado cansaço do outro por ele se fosse tornando cada vez mais pesado e como se de um suicídio ou de um crime se tratasse. Ele mesmo que dava o empurrão final para que aquela relação caísse num poço sem nada. Um poço sem fundo, sem água, sem paredes, sem estrutura, sem sequer profundidade para poço se chamar.
Não sabia porque o fazia.
E fazia-o sistematicamente.
Fazia-o inevitávelmente, consciente da inevitabilidade de o fazer.
Era como uma cadeia de empurrões, como se algo invisível e desconhecido o empurrasse a ele, e o empurrão que ele dava mais não fosse do que uma mera consequência do empurrão invisível que recebera.
Não sabia se era o medo de ter pena de si mesmo.
Se era o medo de não saber continuar a admirar-se depois da rejeição.
Se era o vício na sensação de poder proveniente de ser ele, e só ele, a pôr o derradeiro ponto final.
A sensação de poder, de controlo era poderosa, invadia-o um prazer tão intenso, tão sublime, tão profundo que se alastrava em espasmos por todo o seu ser como um polvo de mil tentáculos espalhando orgasmos na sua mente, na sua vaidade, na sua inteligência, no seu orgulho, nas suas verdades, nas suas mentiras, nos seus mais secretos segredos, nas suas mais fantasiosas fantasias, e principalmente no seu auto destrutivo ego que por momentos nada mais era de que um ego inchado gemendo de prazer.
Os pontos finais que Carlos punha não passavam de pontos finais.
Pontos finais naquilo que já finalizado estava.
Como aquelas frases cansativas, sem ânsias, sem promessas, sem nada para dar, nem nada para roubar e que no entanto se alongam e prolongam no tempo, que permanecem no espaço que ocupam, que já não nos lembramos como começaram, que nada nos deixaram nem na alma, nem na memória, nem no pensamento, nem sequer ao de leve nos tocaram a pele, frases que parecem não terminar nunca e que no entanto desde o inicio nada delas é esperado, são frases já terminadas na essência e que apenas a teimosia ou mais puro dos amores, o amor pelas próprias palavras enquanto tal, faz com que algum dia tenham existido e que seja tão, tão difícil finalizá-las. Finalizam-se assim. Com um doente e dorido ponto final.
Desta vez o ponto final de Carlos tinha sido mais final que todos os seus outros pontos finais.
Há o ponto final, na mesma linha.
Há o ponto final, mudar de linha.
Há o ponto final terminar frase.
Há o ponto final terminar capitulo.
Há o ponto final terminar livro.
Este foi o ponto final terminar uma vida.
Este foi o ponto final mudar outra vida.
Matar Áli.
Mudar a vida de Carlos.
Matara Áli.
E a sua vida mudara.
Agora ali estava. O carro parado em frente ao rio.
Ele parado, sentado dentro do carro. Perdido no espaço, no tempo e nos seus pensamentos.
O dia estava de partida.
Ele pensava que deveria partir também, mas deixava-se ali ficar.
Olhando o rio.
Como era bela aquela hora!
Gostava de amanheceres e de entardeceres, horas em que os tempos se cruzavam, se admiram, se anseiam e se desejam sem nunca, nunca se tocarem. Roçam-se levemente apenas, e porque esse roçar não lhes basta viverão eternamente na ânsia um do outro.
Era o que ele e Áli deviam ter feito, cruzarem-se, admirarem-se, desejarem-se, mas nunca, nunca se tocarem. Se não se tivessem tocado Áli estaria vivo.
Recordou a sua beleza.
Como ele era belo!
Quis, assim que o viu, agarrá-lo, tocá-lo, torná-lo seu.
Perguntou mais uma vez a si próprio se o amara.
Pela milésima vez desde que o matara.
Sabia a resposta.
Não, não amara Áli. Nunca o amara.
Queria responder que sim.
Queria poder responder que o amara tão perdidamente que fora perdido de amor que o matara.
Mas não.
Podia fazer a pergunta a si próprio mais mil vezes e a resposta seria sempre, não.
Tinha-o querido muito. Muito.
Mas ama-lo, não.
Amar é mais, muito mais.
Amar é diferente, muito diferente.
Não amara nunca, nem a Áli nem a ninguém.
Amar é permanecer.
Amar é ir conhecendo o desconhecido, ir descobrindo o que está coberto, ir desbravando o que está por desbravar.
Amar é ir encontrando os segredos, desvendando os mistérios, solucionando os enigmas.
Amar é entrar no labirinto do ser do ser amado e nele caminhar todos os caminhos, contornar todos os contornos, revolver todas as voltas, passear por todos os passos, virar todas as viragens.
Saber a saída e não querer sair.
Amar é adivinhar todas as novidades até novidades já não haver.
Amar é tudo isto e por tudo isto ou apesar disto tudo, permanecer.
Amar é permanecer.
Carlos não permaneceu.
Áli não ia permanecer.
Áli permanecerá morto.
Carlos permanece ali, olhando o rio.
A noite tenta em vão beijar o dia.
Vai abrindo as suas asas negras, tapando o laranja que resiste em partir.
Noite e dia tentam em vão abraçar-se.
Carlos, parado e só tenta em vão perdoar-se.
Isabel
(continua)
Fotografia de Isabel
47 Comments:
“Amar é permanecer”.
Esta é chave do problema de Carlos. Todo o amante exige isso de si e do outro. E no entanto o amor, sendo paixão (não equecer que paixão quer dizer sofrimento) só pode ser transitório, porque nunca satisfeito, porque o sofrimento leva à exasperação e esta ao estilhaçamento.
Óptima análise de sentimentos, excelente percepção de que a paixão não não tem nada a ver com similaridade ou oposição de sexos. É da humanidade que se trata.
Mais um óptimo texto que aqui nos ofereces.
Fico à espera de mais
Até lá,
Um beijo para ti
Irei comentar este texto noutra altura. Deixo aqui os votos habituais da época: Feliz Páscoa.
Um beijo e voltarei em breve
SE DEUS QUISER
"Porque eu te amo, tu não precisas de mim.
Porque tu me amas, eu não preciso de ti.
No amor jamais nos deixamos completar.
Somos, um para o outro,
deliciosamente desnecessários."
DECLARAÇÃO DO AMANTE ANARQUISTA
Carlos nunca leu Roberto Freire.
E se lesse, provavelmente não o compreenderia.
Lindo. Aguardo a continuação...
Beijo*
O vermelho da carne no "centro" de tudo, percebo agora. Os olhos de Carlos só vêm o sangue amado. Uma impotente raiva de ser bem e deixar de ter ser. Bjinho querida
E nem o chá verde com menta, cigarro e escritos do Pessoa, me sossegam o bichinho pensante cá de dentro
**
"gosto muito dos teus olhos
'inda gosto mais dos meus
se não fossem os meus olhos
não podia ver os teus"
quadra alentejana.
Bravo, Isabel!
A partilha, a palavra, a foto!
Tudo óptimo!
Olá, Isabel!
Venho felicitar-te pelo teu trabalho, sempre espectacular e desejar-te uma Páscoa igual à de toda a humanidade: feliz.
Olá querida!
Já estava com saudades...
Desejo-te uma óptima Páscoa!
Bjs.
«Partiu para longe do passado.
Partiu para num presente em que o futuro não se avista.
Partiu para um presente sem procura de futuro, sem sequer vontade de o encontrar.»
Às primeiras palavras do texto pareceu-me que iria haver um «jogo» entre passado, presente e futuro...
É o dilema eterno de quem se busca: há que procurar no passado as explicações do presente e há que procurar neste os alicerces do futuro... frequentemente misturamos as coisas (comigo acontece!) e os sentimentos deambulam entre passado, presente e futuro...
Beijinhos e uma Boa Páscoa!!!
Outro belo texto com que nos delicias!
Boa Páscoa!
Pela segunda vez passo aqui, pela segunda vez fascinado fico,texto riquíssimo com muito conteúdo, muito bom.
Parabéns, obrigado pela partilha.
não tenho tempo para te ler com os olhos todos e cheios, mas vou vindo e lendo os retalhos desse UNO que RECrias. ao meu ritmo e deleite.
(...)
Estou aqui...
Só para dizer que continuo a ler o que vais escrevendo...
:)
Isabel, mais um excelente texto amiga, a paixão nunca é demais minha querida, desde que seja paixão aliada ao amor e não possessão, amor possessivo não é amor pelo parceiro, mas sim amor por por ele próprio. Gosto de te ler.
Beijos doces para vocês!!!
Tanto Carlos revejo neste teu texto.
Num cenário onde alguns detalhes mudam, quanto ao mais, este mundo está repleto dos teu Carlos.
Bjos daqui
Eugénio
Mais um belo texto. Naquele género cativante e estranho que eu tanto aprecio.
Parabéns!
Um beijo!
Nú e crú, doi mas sabe bem ouvir.
Um doce beijo.
Olá Isabel! Já cá tinha vindo, mas só agora li com atenção o teu texto..
Em primeiro lugar, porque é que o Carlos tem dúvidas acerca de ser ou não um assassino?
O narrador sabe que Carlos é um asassino.
Carlos não sabe porque está demasiado centrado em si mesmo. Carlos tem o complexo Pigmalião. Ele não vê Ali como uma pessoa com vontade própria, mas tenta mudá-lo e moldá-lo consoante os seus desejos, o seu ideal, em constante mutação, fazendo do amante uma obra continuamente inacabada. Sempre em processo de aperfeiçoamento contínuo. A partir do momento em que a "obra de arte" manifesta vontade própria, carlos decide matá-lo.
Carlos não quer descobrir, maravilhar-se com o amante.
Quer simplesmente mudá-lo, transformá-lo a seu bel-prazer.
Um beijo
CSD
Aguardava um novo texto teu.
Por aí a cima está bem expresso a qualidade dele.
Retenho a tua definição de amor, embora pense que o amor não se esgote em nenhuma.
Brindemos ao amor, dando sem nada pedir.
Andei de asa quebrada, deixa lá, não ligues.
Um destes dias vou pôr uma flor bonita para ti no meu sítio.
Picada docinha
Achas que consegue perdoar se??
bjinhos
na hora de sonhar ...
beijinhos embrulhados em abraços.
No sublime te li...esplêndido texto, como já nos habituaste...
Dopce beijo
Olá Isabel.!
Espero que me perdoes a forma apaixonada como encaro um tema destes, como no comentário que fiz no hasempreumlivro...
:-)
Mas já contactei com situações de extrema agressão entre casais e, neste momento, não estou capaz de encarar a situação de ânimo leve...
Um beijo muito grande e obrigada pelo teu comentário e visita!
É um prazer receber-te na minha bloghouse...
CSD
Fica o desejo de um bom fim-de-semana!
Neste texto há uma certa magia...sul-americana quase!
Até breve!
Como te poderei agradecer querida amiga pelas tuas palavras de incentivo.
Fiquei sem palavras...
Beijinho sonhador
A sua existência é o amor. O Carlos terá que se debater com este problema ao longo da sua existência. A paixão, que pode ser expontânea, pode ser continuada. Caso o não seja, como quase sempre o não é, dá origem ao sofrimento e à dor.
Parabéns Isabel.
Até sempre.
Palavras sábias às quais já nos habituaste.
Já tinha saudades d te ler.
Obrigada pelos teus magnificos textos.
Dark kiss
Mas nunca se perdorará porque o que fez ainda não será aquele "tudo" que vai mudando a cada conquista. Agora quererá outra conquista mais forte... Uma mente doente que acabará por conseguir o "tudo" apenas na sua própria anulação total!
Um abraço e parabéns pela óptima escrita
Muito bonito, fico ansiosa pela continuação.
Uma boa semana para ti
Bjinhos e boa semana
Belíssimo texto, como sempre!
Aguardo a continuação.
*♥*´¯`*Beijinhos*´¯`*♥*
Isabel,
A tua escrita, sempre tão linear, tão limpa e tão completa e absorvente.
Muitas vezes venho cá,
Muitas vezes te leio,
Muitas vezes saio sem nada conseguir comentar.
Desculpa, mas como costumo dizer algumas vezes, nem sempre as palavras são complemento.
Beijo.
DESAFIO:
O meu novo livro já tem título. O enigma é saber se alguém acerta, após a leitura da síntese que apresento.
Uma pequena ajuda... a foto... e o texto.
O título está entre "eles"...
O primeiro a acertar, terá como prémio o original devidamente autografado.
João Cordeiro
Tomo a ousadia de solicitar uma breve passagem pela minha casota.
Obrigado e até breve!
SE DEUS QUISER.
Querida estás tão perto... tão perto...
Beijinho
Deixei-te uma explicação à foto no PPP.
Beijinhos
Obrigada Isabel, pelas palavras carinhosas e delicadas que deixaste para mim no PPP.
As minhas rosas que estão de novo a desabrochar e fazem bem à alma!
Um abraço apertado
Continuas imparável na tua escrita.
A tua capacidade literária é notável.
Bom fim de semana.
Beijos.
Refere François Chateaubriand que “não somos nada, sem felicidade”.
Qual é a sua opinião sobre este tema?
Olá Isabel!
Passei para deixar um beijinho e desejar um bom fim-de-semana!
Csd
À minha irmã e à Isabel
“Conheci rios.
Primevos, primitivos rios, entes passados do mundo, lodosas torrentes de
Desumano sangue
Nas veias dos homens.
Minha alma escorre funda como a água desses rios.”
José Luandino Vieira
Do livro “De Rios Velhos e Guerrilheiros”
José Luandino Vieira conta a história da guerra na boca de quem a fez entre rios, atravessando margens, subindo nos leitos, correndo de uns para os outros.
Do Tejo para o Sado e para o Mira lá mais ao sul, em tempo de paz…Outras guerras…
Cada um de nós tem os seus rios, as suas margens, as nascentes e os locais onde desagua…O rio é uma belíssima metáfora…
Um abraço a esses rios amigos que nos compreendem….
P.S. Que personagem esse Carlos. Que jeito que tu tens para os despir…De preconceitos.
Um excelente texto!
Sentimentos...paixões...amor
Todos procuramos a felicidade...
até breve
Boa semana.
bjinhos
porque sonhar não custa...
beijinhos embrulhados em abraços
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