Se o meu amor fosse poeta
Do Erotismo...
Vi e ouvi, este fim-de-semana, na TV2 uma conversa entre Alberto Pimenta e Paula Moura Pinheiro, num programa sobre o Erotismo. Ele maravilhoso ela bem menos maravilhosa.
Ele provocou em mim uma sensação de encanto e deslumbre.
Emanava de sua voz suave e pausada, do seu olhar suave mas atento e desperto, uma paz, um estar de bem com a vida e as coisas.
Essa paz emanava uma força poderosa…
Dai o encanto e o deslumbre…
Maravilhou-me o poder que podem ter um par de olhos em paz…
Fiquei a divagar sobre a beleza do Erotismo,
Tantos são as formas de erotismo,
Tantas as suas formas de representação
Literária, poética, estética …
todas belas!
Não é belo,
o erotismo envergonhado,
velado, ocultado
na timidez dos olhares,
no suave convite dos gestos,
nas palavras não ditas,
nas palavras desditas
nas palavras ditas sem sentido
nas ditas com um sentido que não o sentido dito?
Não é belo
o entendido do subentendido,
o vislumbre do que foi escondido,
a arrepio do toque refreado?
Não são belas
as sombras e os sombreados
os brilhos e os abrilhantados?
Não é bela
a sinceridade mentida
a mentira sincera
o desejo controlado e o descontrolado
o risco calculado e o cálculo arriscado?
Não é belo
o erro que é certo?
Não é belo
o adivinhar do que está coberto?
Não é bela
a vontade de descobrir o encoberto?
Não é belo
o desejo receado
o receio do desejado?
E não é belo
o erótico assumido
cru, nu, despido de qualquer disfarce?
Não é bela
a carne, o corpo, a pele, a boca,
a mama, a anca, a barriga, o sexo?
Não são belas
as mãos os braços, os pés, as pernas,
os olhos, os lábios, os cabelos, os pelos?
Não é belo
o toque, o beijo, o abraço
a carícia, apalpão, a lambida
Não é belo
o entrar, o sair, o penetrar
o morder, o agarrar, o lamber
o beber, o comer, o beijar, o mamar,
o apalpar, o acariciar, o arfar
Não é belo
o suspiro, o grito, o uivo
o ai, o ui, o susurro
Não é belo
o suor, a saliva
o sumo, a polpa a seiva
Não é belo
o desejo, a vontade,
a sede, a fome,
a cobiça , o anseio?
Não é belo
o prazer, o agrado,
a alegria, o contentamento
partilhado
o vislumbre do que foi escondido,
a arrepio do toque refreado?
Não são belas
as sombras e os sombreados
os brilhos e os abrilhantados?
Não é bela
a sinceridade mentida
a mentira sincera
o desejo controlado e o descontrolado
o risco calculado e o cálculo arriscado?
Não é belo
o erro que é certo?
Não é belo
o adivinhar do que está coberto?
Não é bela
a vontade de descobrir o encoberto?
Não é belo
o desejo receado
o receio do desejado?
E não é belo
o erótico assumido
cru, nu, despido de qualquer disfarce?
Não é bela
a carne, o corpo, a pele, a boca,
a mama, a anca, a barriga, o sexo?
Não são belas
as mãos os braços, os pés, as pernas,
os olhos, os lábios, os cabelos, os pelos?
Não é belo
o toque, o beijo, o abraço
a carícia, apalpão, a lambida
Não é belo
o entrar, o sair, o penetrar
o morder, o agarrar, o lamber
o beber, o comer, o beijar, o mamar,
o apalpar, o acariciar, o arfar
Não é belo
o suspiro, o grito, o uivo
o ai, o ui, o susurro
Não é belo
o suor, a saliva
o sumo, a polpa a seiva
Não é belo
o desejo, a vontade,
a sede, a fome,
a cobiça , o anseio?
Não é belo
o prazer, o agrado,
a alegria, o contentamento
partilhado
Não é belo este poema?
Girassol azul
1. Como o moscardo distingue o girassol assim eu distingo
1. Como o moscardo distingue o girassol assim eu distingo
cada cadeira em que estiveste sentada
2. Meter-te a língua e respirar fundo
como o pisco faz com o girassol
como o pisco faz com o girassol
3. Só de imaginar a polpa do girassol
já uma cabeça chora de alegria
Alberto Pimenta
Alfred Gockel
Se o meu amor fosse poeta
gostaria de o escrever para mim
e enquanto eu estivesse a ler
sua língua em mim meter
até de prazer eu gemer
a polpa imaginaria
e a cabeça choraria
de alegria
Isabel
12 Comments:
"Só de imaginar a polpa do girassol
já uma cabeça chora de alegria"
Grande Alberto Pimenta
quanto á conversa na TV2 entre Alberto Pimenta e a Paula Moura Pinheiro, pouco há a dizer, (como ter alguem com tanto para dizer, e deixar falar tão pouco) deveria ser o nome do programa.
mesmo assim um obrigado a ela por nos dar a oportunidade de "ou/ver"
o ALberto pimenta
quanto a ti cada vez mais linda, mil beijos
"Para ti,
que és a esperança
em mim
Com toda
a esperança
neste amor
que é nosso"
palavras tuas que faço minhas
chuakkkkkkk
adoro-te
Olá Isabel, agradeço-te a visita mas sabes, fiquei intrigado com o teu comentário porque deste a impressão de que me conhecias??? Penso que não, mas nunca se sabe...uma boa semana e gostei de vir aqui respirar os teus estados de alma ;)
O erotismo está presente em tudo aquilo que despetta em nós, esse desejo, essa cobiça...uma palavra, um gesto...uma sombra...
Afinal de contas a puta da vida também precisa dele para nos seduzir, o erotismo é doce,
é mel para os sentidos!!!!!
Obrigada pela tua visita na minha casa...e pelas tuas palavras amáveis!!!!
Isabel, estou pasmo perante tamanho dom para escreveres.
É graças a estes blogs que aprendo mais um pouco na minha caminhada.
Agradeço-te pelas palavras que me deixaste no meu cantinho pois foi graças a elas que pude conhecer este teu blog.
E sobre o que dizes no teu post, poema à parte que por ser tão "perfeito", tenho até pejo de o comentar, só tenho pena que não façam programas sobre estes poetas de uma forma mais aprazível que não o enfadonho de ver 2 pessoas sentadas com um cenário tétrico a falarem sobre coisas que ás vezes nos parecem tão fora do seu real contexto, que é a poesia.
Bjos daqui e parabéns
Eugénio
Olá Isabel!
Como é bom sentir no olhar de alguém a paz com a vida e a transparência! Como gostaria de o descortinar em adultos que me rodeiam...há olhares que pesam como chumbo, outros tão velados que se tornam insondáveis...por isso, neste momento, a maior alegria que tenho é o olhar dos meus filhos.
Bjs.
Bem, primeiro que tudo, obrigada pela tua visita ao meu espaço, tenho andado meia escondida por aí... Mas até é bom ser-se encontrada de vez em quando.
Também gostei muito do teu blog.
O erotismo faz parte, sem dúvida, de toda a natureza que nos rodeia... Felizmente, nós humanos, temos a capacidade de o identificar, contemplar e absorver (só é pena estarmos sempre tão preocupados com "coisas da vida" que quase sempre lhe passamos ao lado). Se quisermos apreciar o quão belo é o erótico basta-nos, por vezes, tão somente, fechar os olhos e sentir o vento e o sol na cara,nos cabelos, o cheiro das árvores... tantas outras coisas...
Sim, de facto o poema é belo, é real. Tal como o erotismo.
Bjs
Estou a ver que perdi um bom programa...enfim.
O teu poema faz com que divaguemos entre o erotismo e a sedução das palavras.
Gostei imenso :)**
Isabel
Venho agradecer as palavras que me deixou. Tem um bonito blog! Voltarei...
não vi o programa mas li.te tentamente...e divaguei nas palavras com que me seduzes
o erotismo ..belo como a tua escrita
jocas maradas
olá! Obrigada pela visita e pela simpatia...
Tenho pena de não ter assistido ao programa sobre erotismo, mas através das tuas belas palavras fiquei com uma ideia do que perdi!
O erotismo está em nós, dentro de cada um, mas é através das obras dos artistas que nos apercebemos da beleza e necessidade da sua existência.
jinhos
Uma questão de pele :)
È belo, sim o erotismo!
Vim correndo, ainda estou ofegante da corrida e vim lendo tudo quanto tenho perdido :))
Agora volto ao post de hoje :))
Beijos de bom dia!
Van
Realmente o amor é o que faz girar o mundo.
Enviar um comentário
<< Home