quinta-feira, novembro 02, 2006

Começar de novo

Capitulo I (Excerto)

Carlos

Estava sentado no sofá, na mesinha em frente o resto de uma pizza e meia garrafa de um vinho barato. Gostava de bons vinhos e boa comida mas os sinais destes tempos difíceis ali estavam, evidentes, mesmo à sua frente. Nos bons tempos uma refeição simples seria um bom queijo, um bom patê, e sem dúvida um bom vinho. Mas as coisas tinham mudado, ganhava pouco, a há muito esperada promoção não vinha, e tudo tinha encarecido muito acima dos míseros aumentos de ordenado. A televisão estava ligada mas sem som. Fazia-lhe falta a silêncio. Gostava de ficar em casa escutando apenas os ruídos que vinham da rua. Uma vez por outra ouvia música, clássica de preferência. Gostava de outros géneros musicais mas em casa sozinho escolhia quase sempre a música clássica. Era um apaixonado por Mozart, Wagner, e por Ópera. Não havia uma Ópera que não gostasse mas Madame Butterfly escutava vezes e vezes sem conta e cada vez que escutava sabia não conseguia evitar que um rio de lágrimas que desaguasse em seus olhos. Era a musica era a história, tudo naquela Ópera lhe tocava profundamente.
Naquela noite apenas o som doce e pesado do silencio.
A sua concentração estava inteiramente no convite que tinha nas mãos e que já lera 20 vezes:
A “FINITEC S.A“ convida todos os seus funcionários para o seu jantar de Natal a realizar pelas 20.30 horas, no restaurante do”Hotel Sinta”. Teremos oportunidade de mais uma vez todos juntos festejar esta quadra natalícia e de brindar a um novo ano cheio de sucessos pessoais e profissionais. Somos uma empresa cada vez mais atenta à vertente humana existente por detrás da vertente profissional e por essa razão decidimos este ano, pela primeira vez na longa história da “ FINITEC S.A.” estender este convite a um acompanhante por funcionário.
Não sabia se havia de rir se chorar.
Quereria dizer essa compreensão pelo lado humano que ele, sendo homossexual, poderia levar ao jantar o homem por quem está apaixonado e apresenta-lo a toda a gente sem correr o risco de pela terceira vez perder o emprego por isso? Nunca fora despedido por isso é um facto! A maldade sempre teve requintes. É uma senhora requintada a maldade. Das duas vezes as coisas tinham sido feitas para que fosse ele a despedir-se. Fizeram-lhe a vida negra, um verdadeiro inferno! Contaram anedotas de maricas em todos os almoços e jantares de trabalho, várias vezes em frente a clientes. Não havia sexta-feira que não lhe perguntassem com que miúda gira tinha planos para o fim-de-semana, nem telefonema de amigo que lhe passassem sem dizer que era uma chamada da namorada. Não sabia se lhe custava mais o gozo aberto dos colegas se o gozo disfarçado e politicamente correcto das chefias. Ambos provocavam uma dor que começava numa leve “moinha” até lentamente atingir níveis insuportáveis. A pouco e pouco ia ficando impossível conter as lágrimas e várias vezes desatava a chorar em frente aos colegas. Corria para a casa de banho para evitar os olhares de gozo, mas imaginava bem qual o teor dos comentários que teciam nas suas costas:
- Coisas de paneleiro, são como as gajas, choram, choram que nem umas Madalenas e depois passa-lhes tão rápido como lhes veio!
Mas não passava, piorava sempre, até virem os comprimidos para a depressão, as faltas ao trabalho, o incumprimento do horário, os atrasos na entrega dos projectos, a vergonha de ir aos clientes que sentia também já o gozarem disfarçadamente, estes não esquecendo nunca manter a compostura. Mas ele era sensível, talvez demais pensava, e sabia o que pensavam dele, adivinhava as conversas, apercebia-se das gargalhadas contidas e dos olhares cúmplices trocados entre os outros. Sentia-os na pele sob a forma de calafrio e no coração como uma dor intensamente aguda.
No seu ramo de trabalho eram todos uns machões acabava inevitavelmente por concluir e essa conclusão levava a que um dia já cansado de lutar contra moinhos de vento se despedisse.
Depois ficava em casa a curtir a depressão, afogado nas lágrimas, envolto na escuridão e na tristeza. Era forte e sonhador e munido das suas duas poderosas armas, a força e o sonho, acabava por recuperar sempre. Vinham-lhe as energias como por milagre quando menos esperava. Não sabia de onde vinham mas sentia-as chegar de rompão fazendo-o sentir-se de novo único, bonito e poderoso. Fazendo-o de novo acreditar ser possível arranjar um emprego em que se trabalhasse mesmo em equipa e que uma equipa fosse um conjunto de pessoas que se respeitavam mutuamente e trabalhavam por um objectivo comum e não um conjunto de pessoas cheias de preconceitos com o objectivo de se criticarem e se reprimirem anulando as personalidades e vontades próprias.
E se fosse desta vez?
Só ali trabalhava há três meses. O primeiro fora passado inteiramente em formação em instalações próprias que a empresa tinha para o efeito mas que nem sequer eram próximas do local onde iria trabalhar futuramente. O segundo organizando-se fazendo um solitário trabalho de secretária que a sua timidez natural agradecera. Apenas há um mês começara a trabalhar com os outros por isso, apesar do seu famoso instinto, não tivera ainda tempo para sentir o pulso aquele sítio. Entre amigos costumava dizer na brincadeira que tinha um sexto sentido como as mulheres. Estes pormenores eram reveladores de que tinha a sua sexualidade perfeitamente assumida e embora não fosse feliz no amor não culpava a sua escolha sexual por isso. O mundo estava cheio de heterossexuais infelizes no amor. Ele era apenas mais um que ainda não tinha encontrado a sua outra metade da laranja.
Talvez fosse Ali, talvez o que era agora paixão se tornasse um dia em amor.
Olhou de novo para o convite.
Chegou-o mais perto dos olhos, e leu-o novamente.
Deitou-se para traz no sofá com o convite encostado ao peito, como se assim o seu coração pudesse sentir a verdade.
Queria acreditar.
Mas algo o fazia desconfiar, algo lhe dizia que não podia haver sinceridade naquele convite. Seria bom demais. Seria para ele como encontrar um oásis. Sabia que existiam profissões em que as opções sexuais não tinham a mínima importância. Infelizmente não era o caso da sua. Não era assim o mundo da Engenharia Electrónica, para ele isso eram histórias que ouvia contar e que nunca vivera. Achava ter escolhido a profissão errada mas precisava trabalhar era tarde para voltar a traz e iniciar um novo curso aos 35 anos. E que curso? Ele tinha um amor profundo pela Engenharia, a desilusão era apenas com os ambientes que encontrava na sua vida profissional e não com a Engenharia, com ela era um caso de amor para a vida. Não tinha perdido o interesse nem um pouco, pelo contrário quanto mais sabia mais vontade tinha de saber mais. Como tudo nestes dias, era um mundo em evolução permanente, exigindo actualizações constantes para não perder o barco. Isso não o aborrecia, pelo contrário estimulava-o, fazia-o estudar e trabalhar entregue e apaixonadamente, ajudando um pouco a superar as desventuras da falta de integração no ambiente de trabalho que provocavam este constante saltitar de emprego para emprego.
O convite permanecia encostado no peito.
E se fosse mesmo verdade. Se nesta empresa quisessem realmente dar importância ao lado humano e cada um pudesse ser como é e ser respeitado por isso.
Leu-o mais uma vez.
Queria acreditar.
Queria muito.
Pensou em Ali.
Chamava-lhe assim depois de um dia numa brincadeira lhe chamar Alberto lindo, ficara o “A “de Alberto e o “li “de lindo.
Estava apaixonado. Não era ainda amor e Carlos sabia-o. Mas era paixão daquelas que consomem lenta mas totalmente.
Adorava convidar o Ali para o jantar. Não eram namorados, nem nunca tinham sequer trocado um beijo, havia apenas um clima de sedução que durava há já bastante tempo, uns 3 ou 4 meses diria.
Se lhe ligasse e o convidasse ele iria entender o quanto estava apaixonado e o quanto desejava partilhar mais da sua vida com ele.
Pegou no telefone hesitante.
E se ele dizia que não?
E se o jantar corria mal?
E se os colegas o gozavam em frente do Ali?
Pensou que estava na hora de ser optimista e corajoso.
Lembrou-se que era forte, único e bonito!
Lembrou-se que na sua vida nada lhe tinha sido servido de bandeja!
Lutara por tudo, caíra muito, e muitas vezes se levantara.
Pegou no telefone com mais força, tanta quanta a que lhe vinha da alma.
Bebeu mais um golo do mau vinho e marcou o número que já sabia de cor.
- Carlos! Bom ouvir a tua voz querido! Escutou do outro lado da linha.
- Bom ouvir a tua Ali, Alberto lindo! Respondeu com falsa naturalidade querendo disfarçar o nervosismo.
- Como estás Carlos desde sábado? Ainda a ressacar?
Quando me vim embora já estavas bem bebido. Dizia aquela voz que tanto adorava, num tom de gozo ternurento.
- Pois é sabes como é bebo para ver se me consigo declarar e quando estou quase a ganhar coragem decides ir-te embora. Disse Carlos dando inicio aquele jogo que já durava à tempo de mais mas do qual pareciam não saber sair.
-Pois, Pois... e então a que devo a honra deste telefonema a meio da semana?
Decidiste declarar-te por telefone?
- Não, vai esperando meu lindo, vai esperando. Queria convidar-te para o jantar de Natal da minha empresa. Achas uma seca ou gostavas de vir?
- Seca? Não querido, acho fantástico! Maravilhoso! Uma curte.
Olha aí é que é um bom sítio para finalmente te declarares, prometo que não me vou embora antes.
Quando é?
- Dia 18, quinta-feira. As 20.30 no Hotel Sintra. Vens?
-Vou lindo! Vai ser especial conta comigo, Carlos.
Vou vestir um fato fabuloso, vais sentir-te orgulhoso de entrar com um homem tão belo como eu. Vais poder dizer a toda gente: Este é o Ali, “A” de Alberto e “li” de lindérrimo!
Ali era encantadoramente convencido e sempre encantadoramente irónico. Tinha a ironia própria de quem a começou por a usar para se defender e acabou por cair nas malhas da sua própria sedução. Sabia que lhe dava encanto e alem disso fazia-o cansar-se menos de si próprio. Estava em permanente estado de auto-sedução, assim conseguia achar que tinha graça e divertir-se sozinho.
-Bom, és um homem lindo e maravilhoso mas tenho de desligar. Vou ao cinema. Conta comigo para o jantar. Disse principiando a despedir-se.
Carlos quis perguntar com quem ia a ao cinema. Sabia que não tinha esse direito por isso ficou-se pela despedida.
- Adeus Ali.. Bom filme. Falamos no fim-de-semana. Um beijo.
- Outro para ti Carlos.
Pousou o telefone ainda trémulo.
Ia ao jantar de Natal da empresa acompanhado. Pela primeira vez na história da sua já longa vida profissional ia a um evento de empresa acompanhado. E com Ali, o homem por quem estava loucamente apaixonado.
Ele e o Ali iam ser um casal no jantar. O casal sensação!
Teria enlouquecido?
Talvez mas era bom! Sabia que estava a marcar uma posição. Viu-se como um forte guerreiro a caminho da batalha. Alto, forte, bonito e pronto para enfrentar o mundo.
O corpo fervia. Sentia-se febril.
Era a febre da coragem.
Era a vontade de lutar pelo direito as estas coisas tão simples e para ele tão difíceis.
Já tinha feito o telefonema. Ele tinha aceitado o convite.
O primeiro passo estava dado.
A luta estava a começar.
Dia 2 de Dezembro de 2006, inicio da batalha de Carlos I, "O Inconformado".
Sopravam ventos de mudança.
Isabel
" Enrolado"
Altair Câmara

34 Comments:

Blogger Titá said...

Isabel, é bom saber que te sentes bem aqui. Gosto imenso de vos ver por cá.
Parece que temos muito em comum, mas eu tenho uma correcção a fazer: eu sou do signo Carneiro e não carangueijo. Foi um erro qualquer quando fiz o blog, mas como nunca sei muito bem mexer nestas coisas e com receio de fazer algo errado, nunca corrigi, mas que interessa? Parece que de resto estamos em sintonia. Um beijo e bom dia.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Titá said...

Amei...amei o teu post. A forma como escreves e descreves é d euma sensibilidade incrivel. Genial.
Um beijo e bom dia

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Bruna Pereira Ferreira said...

Querida Isabel:

Quem sou eu para comentar a arte dos outros? Não sei opinar sobre arte, é algo que me ultrapassa. Mas se queres a minha singela opinião, aqui ta deixo:

- Descreves a realidade com a dureza e a simplicidade com que ela acontece de uma maneira antiteticamente bela: misturando o cruel com o doce;

- Possuis um alto teor de sensibilidades feminina que consegue expressar perfeitamente temas delicados, como é o caso da homossexualidade;

- Praticas uma linguagem de pormenor que descreve passo a passo o desenrrolar da acção, sem que nada se perca na cabeça de quem te lê;

Acho que deves continuar a estória, sinceramente. Eu vou esperar por ela.

Um beijinho,
Bruna.

PS: Continua a visitar-me.
Já só me restam amigos virtuais...

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Embryotic SouL said...

Isabel!! Venho agradecer o teu terno comentário no meu espaço. Quem verdade fala...verdadeiro o é, pois, um sentimento de vergonha assola a minha alma porque há muito tempo que aqui não venho...tempo demais. As minhas sentidas desculpas, podes bater-me...rsrsrs.
Virei com mais tempo para ler este texto...a pressa é inimiga da perfeição.

Um Bj Sentido

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Sonhos e Devaneios said...

Oi Isabel de cancer aqui quem lhe escreve e o joao voce esteve em meu blog e deixou um carinhoso comentario que iluminou meu dia. Muito bom estar aqui e conhecer seu espaço.
Que voce continue sempre assim,
beijos joao

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger MEU DOCE AMOR said...

Oxalá que a história acabe bem...
O texto texto retrata a corajem e o optimismo.Que sejam compensados.
cada um é livre nas suas escolhas.E ninguém tem que apontar o dedo...porque quando o fazemos temos três a apontar para nós.

bj d
d

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Li e reli a historia e realmente ele fez muito bem se ele encontrou o amor assim que sou eu e tu e os outros para julgarem. Vai em frente Carlos nesta sociedade de preconceitos. Isabel mais uma vez um belo texto.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Marta Vinhais said...

Olá, Isabel.
Primeiro que tudo, obrigada pela visita ao meu blog.
Gostei muito do teu texto e voltarei para ler com mais atenção.
Mais uma vez obrigada pela visita e volta sempre que quiseres.
Beijos e abraços
Marta

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger veritas said...

Olá Isabel!

Sinto paixão na tua escrita, gosto da intensidade que colocas em cada palavra.O mais tocante numa estória, para além da temática, é sentir-se os contornos do real. Sentir que nos identificamos com os sentimentos, com o pulsar, com o âmago do mais intenso da personagem que vive aquele contexto, aquela causalidade. É no mundo real que devemos buscar a nossa inspiração e daí retirar tudo o que possa tocar o leitor, tudo o que o possa levar a reflectir e a questionar pontos de vista, sensações, sentimentos,é o sentido do universal que torna uma história, de certa forma, intemporal. Pegaste em personagens do mundo real, pejadas de densidade que ganha contornos cada vez mais avassaladores nos tempos que correm. É bom levar as pessoas a reflectir que em qualquer orientação sexual nada é aleatório...existem emoções e sentimentalidade envolvidas... Estou ansiosa por conhecer o resto...

Bjs.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger veritas said...

Desculpa o erro...agora só escrevemos "história" para designar a de um povo ou país, tipo História de Portugal...é a força do hábito...

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Faço a ronda, não por imperativos menos concebíveis, mas porque este blogue é duma estética irrepreensível, comprometido com a beleza da vida, a merecer mais e constantes visitas, porque aqui respira-se serenidade, e sinto-me, dum modo agradável, satisfeito, porque a excelência não tem preço, simplesmente, apreço. Prosa duma grande beleza. Bom fim-de-semana.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Luis Duverge said...

Obrigado pela tua visita, antes demais.
A forma como escreves é muito realista, diria que estás a retratar cenas da vida.
Este título "começar de novo" faz-me lembrar uma novela brasileira com a Regina Duarte. Na altura era míudo e lembro-me da vida dura que uma mãe divorciada tinha para "se virar" a ela e à filha e levar a vida em frente. Associado à novela tinha um caanção com o mesmo título.
Desejo-te um bom fim de semana.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Teresa Durães said...

olá

estive a ler o início (primeiro capítulo?)

eu diria que na vida real o Carlos estava a cometer un suicídio público!!! Por menos perde-se o emprego... ou arranja-se sarilhos...

Estigmas... só por não se ter um braço...

A sociedade não quer gente diferente, seja qual for a diferença. Só quer rebanhos

(já estou com pena da personagem e nem sei o resto da história)

(um ps: também não gosto de barulho mas entre isso e a castração, venha lá a bateria. Tudo uma questão de horário. Fixa-se o horário e dá tempo para o barulho dele e o meu silêncio. Tempo para todos.)

Bom fim de semana!

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Alexandre said...

Olá!
Vim agradecer a visita e confirmar que por aqui se escrevem coisas muito bonitas e muito bem escritas.
Até fiz um print do post para ler com mais atenção, o papel ainda é o papel...

Obrigado. Beijinhos! E vou passar por aqui mais vezes.

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger O pensador said...

oii obrigado pela visita...não li o texto todo mas ja deu pa ver que estamos presente 1 blog de qualidade:)
vou voltar...
bjo

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Embryotic SouL said...

Olá Isabel!! Antes demais, as minhas felicitações. Quer pela espontaneadade das tuas palavras, quer pelo atrevimento desta atroz realidade ainda enraizada na nossa sociedade, que é, como todos sabemos.....a HOMOSEXUALIDADE.

Descriminação..."Não sabia se lhe custava mais o gozo aberto dos colegas se o gozo disfarçado e politicamente correcto das chefia...".

Aceitar quem somos..."tinha a sua sexualidade perfeitamente assumida e embora não fosse feliz no amor não culpava a sua escolha sexual por isso...".

Amar e acreditar na mudança..."Pela primeira vez...ia a um evento de empresa acompanhado. E com...o homem por quem estava loucamente apaixonado...iam ser um casal no jantar..."

Na tuas palavras, salientas e muito bem, estas três analogias ou direi realidades, de pessoas que olhando bem para elas em nada tem de diferente de nós, apenas a sua tendência sexual, pois, estas pessoas sentem e amam como todos nós...como nós "os normais" digo isto como alguns...

Um bj sentido e espero a continuação...

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger Beruska said...

Olá!!!

Antes de mais obrigada pela tua visita!

Vim retribuir... e confesso que fiquei agradavelmente surpreendida. Adorei o texto.

Prometo voltar.

Joana

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger mfc said...

Quanta dignidade perpassa neste lindo conto!!

sexta-feira, novembro 03, 2006  
Blogger OLHAR VAGABUNDO said...

:)um belo texto...
beijo vagabundo

sábado, novembro 04, 2006  
Blogger eu... said...

olá... fiquei rendida... adorei a maneira como escreves...

sábado, novembro 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Já se tornou hábito escrever nos blogs historias do nosso imaginário! Estou a gostar...Bjinho grande. Bom fim de semana! :-))))

sábado, novembro 04, 2006  
Blogger Misantrofiado said...

Saído de uma penumbra requintada que me caracteriza há já muito tempo, venho fazer-me notar comentando mais um dos teus textos também requintados textos.
Não comento a essência íntima do mesmo mas sim o engenho afinado que possuis para através das palavras te partilhares - é lindo e mais que isso, é memorável.
Eu adoro esta "casa".

E agora de volta à minha doce penumbra... cada vez menos uma penumbra!

sábado, novembro 04, 2006  
Blogger inBluesY said...

aguardo o segundo capítulo. gosto.

sábado, novembro 04, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Li atentamente e estou a gostar imenso. É preciso mudar de roupa de vez em quando...



Abraço!
___________________

domingo, novembro 05, 2006  
Blogger Estranha pessoa esta said...

Isabel,
Ainda não li o texto...
Fiquei 'surpresa' (não é a palavra correcta... mas...) com as tuas linhas...
Mais logo voltarei com a calma que pretendo.. para o ler e sentir.
Até já.
**

domingo, novembro 05, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Ola Isabel, confesso que nao li o texto, pq ... vou voltar outro vez para ler.
Obrigada pela palavras deixadas no m blog.
Deixo-te agora um grd grd beijinho*

segunda-feira, novembro 06, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Olá Isabel!
Obrigada pela visita ao meu cantinho!
Li atentamente este post e cheguei ao final com a insatisfação e a curiosidade de quem quer saber o que acontece a seguir. O teu texto respira sensibilidade e aborda um (ainda) tabu na nossa sociedade. Gostei muito... fico a aguardar a continuação!

Um beijo :)
Boa semana!

segunda-feira, novembro 06, 2006  
Blogger kolm said...

Depois de um copy/past para o Word (sorriso)

E simplesmente uma frase me vem à cabeça:
“vive e deixa viver”... coisa que muitas pessoas não conseguem nem sabem fazer.

Há que respeitar os outros como eles são e acima de tudo as suas próprias escolhas. Quem somos nós para apontar o dedo a quem quer que seja.

E vou então esperar pelo próximo “começar de novo”...
Um sorriso grande

segunda-feira, novembro 06, 2006  
Blogger Pierrot said...

Gostei e fico a espera da sequela...

O tema é polémico q.b., sem dúvida!
Confesso que não sei se teria essa coragem, se fosse o meu caso.
Por vezes já me fica dificil nalgumas circunstancias apresentar uma namorada ou amiga por força das circusntâncias, imagino no caso de Carlos, com tanta pressão e estigmas sociais...

Está muit bem escrito e fluente.
Parabéns
Bjos daqui
Eugénio

segunda-feira, novembro 06, 2006  
Blogger P. Guerreiro said...

Tu és uma contadora de histórias e colocas lá muitas das tuas convicções. O tema não é fácil mas eu penso que puseste o dedo na ferida. Para estas pessoas que fizeram uma escolha diferente, nós, os outros, obrigamo-las a lutar diariamente. Actual e bem escrito.
Gostei e fico à espera do resto.
Um abraço!

p.s. Desculpa as ausências...às vezes não me apeteçe escrever nada...Apreciar apenas...

terça-feira, novembro 07, 2006  
Blogger Rui said...

Mas não dizem que quem semeia ventos... enfim, aguardemos.

Excelente.

quarta-feira, novembro 08, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Incrivel como conseguiste apepnas neste capítulo encarnar a pele de um homosexual, com todos os seus pensamentos profundos, os seus receios, os seus sonhos.
Conseguiste ransmitir tudo muito bem. Eu é que digo que és uma escritora com alma. Escreves muito e bem.
só vais postar a continuação dia 2?
Não faz mal, cá esperamos para saber como correu o jantar.

Deixa-me que te diga são duas armas poderosas, a força e o sonho

passa no meu espaço, novidades acerca das Asas Rubras
beijinhos

quarta-feira, novembro 08, 2006  
Blogger Estranha pessoa esta said...

Isabel,

Já li e reli as tuas linhas.
Primeiro com calma.
Depois... a leitura e o sentir embalou de uma tal maneira que li assim num estalar de dedos, num estalar de emoções.
Que posso eu dizer?
Sou uma apaixonada pela leitura.
E definitivamente já me apaixonei pelas tuas linhas, entrelinhas e envolvência dos sentires que nos dás...
Um muito obrigado por isso.
Gostei mesmo!
E olha que eu sou esquisita eheh
Não fosse eu uma estranha pessoa ;)

Um abraço enormeeee para ti Isabel

quinta-feira, novembro 09, 2006  
Blogger RD said...

"Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento"

-António Botto

terça-feira, janeiro 30, 2007  

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