quarta-feira, setembro 06, 2006

Para o meu amor II... perdida no mar dos seus braços

Perdida no mar dos teus braços
mergulho na tua pele
buscando o fundo
o fundo do teu mar
sem pressas
vou explorando
encontrando
e perdendo-me
encontrando
misteriosas grutas
vistosos corais
amistosos peixes coloridos
sem pressas
vou explorando
tocando ao de leve
delicadas plantas marinhas
estranhos tentáculos flutuantes
sedutores seres desconhecidos
sem medo
sem pressas
vou-me perdendo
no cântico dos teus mares
no sabor das tuas marés
vou afundando
afundando
até suavemente
os meus dedos tocarem o fundo
pesa-me o corpo
e afundo-me inteira
repouso agora,
repouso pousada
no fundo de ti
e sem saber porque
solto um suspiro
e a boca
esta boca
que já não é minha
diz apenas
meu amor
meu amor
meu amor

Isabel ( ansiando ir ao fundo)

Como não sou poeta, dou-te ainda amor as palavras do Poeta, agradecida por saber que mesmo não sendo poeta para ti as minhas palavras valem mais... Obrigada pelo teu amor.
Recebe o meu, estou aqui, como sempre , para ti, de coração aberto.
Amo-te



Coração Polar


Não sei de que cor são os navios
quando naufragam no meio dos teus braços
sei que há um corpo nunca encontrado algures no mar
e que esse corpo vivo é o teu corpo imaterial
a tua promessa nos mastros de todos os veleiros
a ilha perfumada das tuas pernas
o teu ventre de conchas e corais
a gruta onde me esperas
com teus lábios de espuma e de sal
sugemos teus naufrágio
se a grande equação do vento e da viagem
onde o acaso floresce com seus espelhos
seus indícios de rosa e descoberta.
Não sei de que cor é essa linha
onde se cruza a lua e a mastreação
mas sei que em cada rua há uma esquina
uma abertura entre a rotina e a maravilha .
há uma hora de fogo para o azul
a hora em que te encontro e não te encontro
há um ângulo ao contrário
uma geometria mágica onde tudo pode ser possível
há um mar imaginário aberto em cada página
não me venham dizer que nunca mais
as rotas nascem do desejo
e eu quero o cruzeiro do sul das tuas mãos
quero o teu nome escrito nas marés
nesta cidade onde no sítio mais absurdo
num sentido proibido ou num semáforo
todos os poentes me dizem quem tu és.

Manuel Alegre (n. 1936)
in Poemas de Amor


Elements
Ron Burns

2 Comments:

Blogger alice said...

cara isabel,

agradeço a sua visita e lamento só agora retribuir, continuo a visitá-la com muito gosto, fico feliz que o meu blog tenha captado a sua atenção e interesse, um grande beijinho para si

alice

quinta-feira, setembro 07, 2006  
Blogger Aldina Duarte said...

Olá Isabel! Obrigada plo teu e-mail e comentários no meu blog,depois de todos estes anos, saber-te tão amante da poesia foi para mim uma surpresa muito boa que me traz recordações igualmente boas dos nossos primeiros tempos de liceu.

Um beijinho e até sempre!

Parbéns plo teu blog!

quinta-feira, setembro 07, 2006  

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