segunda-feira, agosto 28, 2006

Para a Vanda de novo ...

Não te peço nada amiga
apenas te vou dar
uma mão cheia de amizade

e mais um poema que adoro:
Para um amigo tenho sempre um relógio

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa, Viagem Através duma Nebulosa (1960)