terça-feira, agosto 29, 2006

Ao puto meu irmão

Estou a adorar este espaço...
Verdade que até agora o tenho dedicado aqueles que gosto
e que importam na minha vida
Até agora este espaço é composto de declarações de amor
de amizade, de carinho de paixão
A homenagem aos "meus poetas"
O contributo dos "meus pintores"
As palavras sábias de escritores, filósofos, pensadores, ou simplesmente pessoas
tem tambem dado alma a este espaço.

Por isto , e nesta sequência não posso deixar de falar no meu irmão, de alma e sangue
que amo e significa tanto para mim...
Há uniões que existem para sempre, eu vivi sempre com o meu irmão , mas encontrei-o verdadeiramente já tarde. E depois deste encontro considero que ai sim nos tornamos verdadeiros irmãos. Foi quando os corações e as almas se juntaram ao sangue.
E ao alcool...

Eu conheci e encontrei o meu irmão quando ele era um puto e eu já mais crescidinha o apresentei a um sitio chamado Lagos ( que desde então ganhou tanto significado para nós dois) , por tudo o que trocamos e demos um ao outro nessas noites e nesses dias, vagueando por essas ruas, precorrendo os bares, entre copos e patuscasdas. Curando as ressacas olhando o mar, comendo ameijoas e conversando, conversando, ou simplesmente dando as mãos em silêncio.
Eu era mais crescidinha e ele um puto,
Mas querem saber
O puto tomou conta de mim
Aprendeu a fazer-me sorrir
Admirou-me como ninguem tinha admirado até então
O puto entendeu-me e gostou de mim
O puto riu comigo e limpou as minhas lágrimas
O puto até me cantou canções de embalar

e me ajudou a dormecer
Este puto foi uma descoberta maravilhosa
e ainda por cima é O meu irmão



Lagos

Onde andas tu agora, oh puto meu irmão?
Para ti estas palavras em poema:
Para ser grande, sê inteiro: nada

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis, Odes
Urgentemente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade

1 Comments:

Blogger Estranha pessoa esta said...

Adoro estes dois poemas...
Então o primeiro leio várias vezes durante a semana...
Inspiro Fernando Pessoa..
Gosto tanto de vir aqui por estas horas...
Venho e leio e sinto...
Desculpa se por vezes e quase todas as vezes não deixo uma marca que estive aqui...
Não é por isso que não sinto.
Porque sinto!
Sempre!
Abraço enorme mesmo grande para ti **

sexta-feira, janeiro 19, 2007  

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